Sábado 04 de Maio de 2024

Deus e Nosso Senhor na Luz

Benfica - SportingLIGA NOS – Benfica, 4 – Feirense, 0

É evidente que o Benfica ganhou, e bem, “goleando” um Feirense que vendeu cara a derrota, em especial porque ofereceu dois golos ao adversário – os dois primeiros – que estiveram na origem da ”derrocada” verificada no final.

É também evidente aceitar que, se não houvesse estes “brindes” – mais especificamente o primeiro – o Benfica teria mais dificuldades para encontrar o caminho para a baliza de Peçanha porque, como se viu, até à meia hora, os feirenses conseguiram “tapar” eventuais “corredores” nessa direcção, tendo até, como se recorda, sido o primeiro a criar perigo junto da área à guarda de Ederson.

Ainda não se tinha concretizado o segundo minuto de jogo quando Cris, no seguimento de um cruzamento vindo do lado esquerdo, rematou para a baliza benfiquista e a bola passou a poucos centímetros do poste da baliza encarnada, susto que sofreu na jogada imediata, quando Ederson “abusou” de estar com a bola, foi pressionado mas conseguiu enviar a bola para o meio campo.

Foi notório que a maior posse de bola sempre foi do Benfica, tendo chegado aos 70/30 %, mas a verdade é que ter mais tempo a bola não corresponde, em nada, ao obter mais golos e vencer o desafio.

Pizzi (6’) foi o primeiro a criar perigo, quando rematou para a baliza e um defesa desviou para canto, o que originou mais dois consecutivos, seguindo-se Salvio (18’) a fazer um excelente cabeceamento, de cima para baixo, obrigando Peçanha a uma extraordinária defesa parara cima da barra.

Luisão (que regressou), no seguimento de um lançamento de linha lateral (25’) – que deveria ter sido anulado porque entrou com o pé dentro de campo quando o não pode fazer, pela regra, no que é useiro e vezeiro a fazer , porque sem enviar a bola antes – cabeceou mas muito ao lado.

Salvio voltou a estar em evidência (30’) quando, no seguimento de um contra-ataque, rematou ao lado, factos que confirmam a supremacia temporal da bola mas não a obtenção de golos, pese embora o tivessem tentado, sem êxito, face à cobertura assertiva das linhas média e defensiva dos feirenses, que conseguiram, até aí, tapar as linhas de acesso à baliza de Peçanha.

Luisão tentou novo cabeceamento (32’), no seguimento de um canto marcado por Pizzi, mas a bola voltou a sair muito longe do alvo, tendo sido o Feirense a, na resposta, a perder uma oportunidade soberana para poder marcar, quando (32’), Luís Aurélio surgiu isolado frente a Ederson e este conseguiu, por milésimos, chegar primeiro à bola e segurá-la.

Logo de seguida (34’) foi o princípio da “desgraça” dos visitantes. Novo lançamento lateral de Salvio (quase sempre com o mesmo defeito do referido atrás, que não foi visto pelo árbitro Auxiliar, Luís Cabral) para o centro da pequena área, onde Luís Aurélio, só, rematou forte e colocado (a bola embateu ainda na parte inferior da barra) a meter o esférico na sua própria baliza, qual balde de água fria!

Um erro que começou a ditar a sorte do jogo.

No segundo tempo, o Benfica começou a tentar criar uma maior dinâmica, aproveitando a vantagem e, porventura, algum cansaço da formação comandada por José Mota.

Daí que Luisão, qual avançado centro, voltou a criar perigo (46’) quando, no seguimento de um livre fora das grande área, cabeceando por cima da barra, com Grimaldo, dois minutos depois, obriga Peçanha a uma intervenção a soco.

Pressionando ainda mais, Salvio (50’), numa recarga, rematou forte mas com a bola a bater na rede lateral da baliza de Peçanha.

Mas o Feirense não se dá por batido e (52’), num rápido contra ataque, Karamanos cabeceou mas ao lado, mantendo o Feirense uma manifesta vontade de fazer figura na Luz e ter visto Vítor Bruno (59’) a enviar um potente remate por cima da barra.

Mas Salvio (61’) matou as esperanças dos feirenses ao obter o segundo golo, se bem que de uma forma fortuita, limitando-se a servir de “tabela” num alívio do defesa Ícaro que levou a bola a tocar no jogador encarnado e retornar para dentro da baliza de Peçanha, sem apelo nem agravo. Mais uma felicidade benfiquista conquistada à custa da infelicidade de outrem.

Com a entrada (64’) de Cervi – saindo um Carrillo que não tinha feito quase nada – o Benfica começou a rolar mais rapidamente o que, como seria de esperar, criou mais problemas aos então mais cansados jogadores feirenses.

Mitroglou não teve arte para, em duas situações (67’ e 68’), dar o melhor seguimento à bola mas, no minuto seguinte, o Benfica chegou ao 3-0 com um excelente golo de Cervi. Na sequência de uma jogada pela direito, iniciada em Semedo e prosseguida por Pizzi, este fez um centro longo da direita para o centro da pequena área, Cervi – um jogador de média estatura – elevou-se aos céus e, entre quatro defesas feirenses, saltou mais e enviou a bola para o fundo da baliza.

Depois de se saber que estavam 58.637 espectadores no Estádio da Luz, Karamanos (85’) obrigou Ederson a uma excelente defesa, numa última pressão benfiquista, com o jovem Zé Gomes (88’) a rematar para fora, mas perto do poste e Grimaldo a obrigar (90+1’) Peçanha a outra excelente intervenção para evitar mais golos.

O que não conseguiu porque Grimaldo (90+4’, dos dois que o árbitro concedeu) marcou um livre, directo e frontal, à baliza de Peçanha que não conseguiu chegar à bola que passou como uma bala por cima da barreira e anichou-se na parte superior da rede interna da baliza, fazendo o 4-0.

Vitória do Benfica sem discussão mas por números exagerados, que leva a deixar o clube da Luz, noutro período de paragem por via da actuação das selecções nacionais, isolado no comando, com três pontos de vantagem sobre os rivais Sporting e F. C. Porto.

Com Salvio a ser o melhor em campo, o Benfica teve ainda boas intervenções por parte Gonçalo Guedes, Pizzi, Grimaldo, Mitroglou e Nelson Semedo. No Feirense, Peçanha foi fundamental, apesar dos quatro golos sofridos, bem seguido por Luís Machado, Karamanos, Cris, Paulo Monteiro e Vítor Bruno.

A equipa de arbitragem do Porto, chefiada por Luís Ferreira (Braga), não teve problemas de maior, errando aqui e ali mas de pouca monta, conseguiu acompanhar o ritmo do jogo, falhando o assistente Luís Cabral, em relação a não anulação dos lançamentos de linha lateral feitos por Salvio, grande parte das vezes marcados de forma irregular, Nuno Manso esteve melhor.

Constituição das equipas:

Benfica – Ederson; Nélson Semedo, Luisão, Lindelof e Grimaldo; Sálvio, Fejsa, Pizzi e Carrillo (Cervi, 64’); Mitroglou (Zé Gomes, 76’) e Gonçalo Guedes (Zivkovic, em estreia, aos 83’).

Feirense – Peçanha; Jean Sony, Ícaro, Paulo Monteiro e Vítor Bruno (Kakuba, 64’); Semedo, Ricardo Dias e Cris (Fabinho, 53’); Luís Aurélio (Platiny, 81’), Karamanos e Luís Machado.

Disciplina: Amarelo para R. Dias (57’), Semedo (90+1’) e Paulo Monteiro (90+3).

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