Quarta-feira 18 de Abril de 3117

Stefanos Tsitsipas o novo vencedor do Millennium Estoril Open

Fernando Correia / CN

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A juventude (20 anos) de Tsitsipas veio ao de cima e bateu Pablo Cuevas (33) no segundo set, depois de alguma “fricção” que foi “arrepiando” toda a plateia (completamente esgotada) no Clube de Ténis do Estoril, na despedida do Millennium Estoril Open, com especial relevo para as famílias dos finalistas.

Aos 20 anos, o tenista grego conquistou o primeiro título da carreira na superfície de terra, consagrando-se o grande campeão de singulares. O número 10 do mundo derrotou o lucky loser Pablo Cuevas por 6-3 e 7-6(4) na final e confirmou o estatuto de primeiro cabeça de série.

A decisão deste domingo foi a sexta no espaço de 12 meses e alguns dias para o jovem tenista grego na variante de singulares. Campeão em Estocolmo (2018) e Marselha (já em 2019), ambos em hard courts indoor, Tsitsipas procurava o primeiro título da carreira no pó de tijolo – a superfície onde se tinha estreado em decisões ao nível ATP, há sensivelmente um ano, em Barcelona – e ao fim de 1h45 conseguiu levantar o tão desejado troféu.

Depois de três encontros em que apresentou algumas debilidades na pancada de serviço, Tsitsipas conseguiu elevar o nível do “saque” e raramente se deixou abalar por Pablo Cuevas. Ainda assim, o já veterano tenista uruguaio – que há exactamente uma semana tinha sido derrotado na segunda ronda do qualifying e acabou por ganhar uma segunda vida com a desistência de Filip Krajinovic – conseguiu voltar ao jogo ao converter o primeiro break point de que dispôs, fazendo o 4-4 e, mais tarde, o 5-4 onde chegou a ter um set point.

Só que Tsitsipas não se deixou desarmar e agarrou-se com unhas e dentes à pancada de serviço para recuperar a confiança e entrar de forma fulminante no tie-break: num piscar de olhos estava a liderar por 6-1.

O melhor tenista grego de todos os tempos não foi bem-sucedido em nenhuma das três primeiras tentativas, mas ao quarto match point o seu momento chegou.

Primeiro título em terra batida, segundo título do ano, terceiro título da carreira. Stefanos Tsitsipas viveu uma semana de sonho no Clube de Ténis do Estoril, onde em 2018 já tinha estado muito perto da final – só perdeu no tie-break do terceiro set para João Sousa – e assim sucede precisamente ao português na cada vez mais conceituada lista de campeões do único torneio ATP organizado em solo português.

Quanto a Pablo Cuevas, despede-se de Portugal com a 10.ª final da carreira ao nível ATP, registando agora um saldo de 6-4 (a última conquista aconteceu em São Paulo, há dois anos). Apesar de não levar para casa o troféu mais desejado, o uruguaio inclui na bagagem um sério candidato a ponto do torneio e, até, de toda a temporada.

Fernando Correia / CN

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Tsitsipas: “é muito especial ganhar aqui o meu primeiro título em terra”

O quinto vencedor do Millennium Estoril Open, na tradicional conferência de imprensa, analisou o terceiro triunfo da sua (ainda) curta carreira, começando por dizer que “é especial vencer dois títulos em Portugal (o primeiro foi no future de Oliveira de Azeméis, em 2017). Nunca joguei um Challenger aqui, era bom ganhar todas as categorias cá uma vez”.

Mais a sério, salientou que “sempre me senti bem em jogar em Portugal. É muito especial ganhar aqui o meu primeiro título em terra”.

O sabor do sucesso é ainda melhor devido às memórias do actual número 10 do mundo (vai subir para 9º na actualização de amanhã). “Lembro-me de ver na televisão o Federer ganhar em 2010 (no antigo torneio) e sempre achei que este era um dos melhores torneios 250 do mundo, em terra batida. Agora ganho o torneio, o que me deixa nostálgico e cheio de recordações”.

Sobre o encontro, o grego foi bastante assertivo. “Sinto que posso melhorar e tornar estes jogos mais fáceis. Podia ter pago caro, já que o deixei regressar ao jogo. Comecei a pensar muito, a hesitar. Só pensava ‘e se ele faz o break?’. Não devia ter raciocinado tão negativamente, deixei-me afectar mentalmente e isso foi frustrante, sobretudo porque lhe dei pontos de borla e nunca se sabe o que podia ter acontecido no terceiro set. Mas ele é uma ‘velha raposa’, tem mais experiência que eu, sabe como elevar o nível. No fim, foi tudo decidido pelo mental, pela forma que mostrei apesar de ter sido quebrado”.

Mas como se explica que em duas edições Stefanos Tsitsipas tenha sempre feito bons resultados? A resposta está nas palavras da estrela de NextGen. “As condições são muito similares ao clube onde treinava na Grécia. A terra é seca e de ressalto alto. Além disso, a derrota cedo em Barcelona permitiu-me preparar bem este torneio e ajustar com o meu treinador o que podia melhorar”.

A conversa terminou com uma brincadeira do jogador grego, que também pode ser vista como gratidão ao nosso país: “sinto-me um filho adoptado de Portugal. Quem sabe se um dia não venho viver para cá, ao pé do Cristiano Ronaldo”.

Tsitsipas recebeu um cheque no valor de 90.390,00 euros (menos 25% para o fisco português), o mais alto atribuído até hoje em Portugal, enquanto Cuevas recebeu à volta de 47.000 euros.

O francês David Goffin e o espanhol A. Davidovich Fokina – meio-finalistas – tiveram um prémio de 25.515,00 euros, tendo João Domingues, por ter alcançado o seu melhor resultado de sempre (quartos-de-final), recebido cerca de 15 mil euros.

Fernando Correia / CN

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Franceses Jérémy Chardy e Fabrice Martin venceram em pares

A dupla francesa venceu os congéneres ingleses Luke Bambridge e Jonny O’Mara por 7-5 e 7-6 (3) e conquistou a equipa edição na variante de pares.

França e Inglaterra frente-a-frente na final de pares. Tal como no encontro das meias-finais, os gauleses operaram uma reviravolta, adquirida nos instantes iniciais pelos britânicos. Jérémy Chardy e Fabrice Martin inverteram o 5-2 do primeiro parcial e conquistaram cinco jogos consecutivos e saltaram para a dianteira do placar por 7-5.

O segundo set decorreu sem quebras de serviço (e com apenas dois pontos de break, para os britânicos) e foi o tie-break a decidir: o mini-break inicial dos franceses catapultou-os para o terceiro título em conjunto, segundo do ano, depois de Marselha em finais de Fevereiro.

 

Fernando Correia / CN

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Cinco anos, cinco vencedores diferentes

Concluída a quinta edição do Millennium Estoril Open, a lista dos vencedores é a seguinte:

2019 – Stefanos Tsitsipas

2018 – João Sousa

2017 – Pablo Carreño Busta

2016 – Nicola Almagro

2015 – Richard Gasquet

O mais importante torneio ATP 250 realizado em Portugal terminou em beleza, granjeou mais notoriedade (em especial por reunir seis jogadores do top’30), o que leva a prever uma nova melhoria para 2020.

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