Domingo 19 de Maio de 2024

Tudo a postos para o WRC Vodafone Rally de Portugal

AUTO - WRC - RALLY DE PORTUGAL 2024

Paulo Maria – ACP

A 57.ª edição do Vodafone Rally de Portugal arranca esta quinta-feira, em Coimbra, onde é esperada mais uma enchente para receber máquinas e pilotos do WRC. Super-Especial da Figueira da Foz abre a vertente competitiva, que vai ter 22 classificativas disputadas no Centro e Norte do país, entre quinta-feira e domingo.

As 69 equipas inscritas no WRC Vodafone Rally de Portugal completaram, hoje, os reconhecimentos para a quinta prova do Campeonato do Mundo FIA de Ralis (WRC), que é também pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis. Sol e temperaturas amenas acolheram os pilotos nos troços da região Norte, depois de, ontem, as equipas terem tirado notas nas classificativas do Centro.

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Paulo Maria – ACP

O lote de candidatos à vitória é alargado e há grande expectativa para ver o que podem fazer pilotos como Sébastien Ogier (Toyota) e Kalle Rovanperä (Toyota), que não estão a disputar a totalidade do campeonato e, portanto, vão ter uma posição de partida mais atrasada face aos primeiros classificados do Mundial. Ogier vai ser o quinto na estrada durante a primeira etapa e Rovanperä o sétimo, deixando a tarefa de ‘limpar’ os troços de terra da região Centro, na sexta-feira, para pilotos como o líder do campeonato, Thierry Neuville (Hyundai), o segundo classificado Elfyn Evans (Toyota), ou o terceiro Adrien Fourmaux (M-Sport Ford). Neuville e Evans, que já ganharam a prova do Automóvel Club de Portugal (ACP), chegam a esta fase separados por escassos seis pontos no campeonato, com Fourmaux, uma das grandes surpresas da temporada, a 27 pontos de Neuville e na frente de outro forte candidato à vitória, Ott Tänak (Hyundai), que quer recuperar confiança e regressar aos bons resultados.

 

A prova do WRC2, com os carros de Rally2, tem uma extensa lista de quase 40 equipas, que inclui alguns nomes que já andaram na categoria-rainha do Mundial, os Rally1. São os casos de Pierre-Louis Loubet (Skoda), Teemu Suninen (Hyundai), Gus Greensmith (Skoda) e Kris Meeke (Hyundai), este último o dominador do Campeonato de Portugal de Ralis até ao momento. O Mundial dos Rally2 é liderado por Oliver Solberg (Skoda) e Yohan Rossel (Citroën), ambos com 43 pontos, mais três do que Nikolay Gryazin (Citroën), o que deixa antever nova batalha intensa em Portugal.

A prova do Campeonato de Portugal de Ralis, que vai atribuir as suas pontuações no final da nona classificativa (final da etapa de sexta-feira), tem em Kris Meeke o natural favorito, embora a experiência e o talento de Armindo Araújo (Skoda) – 12 vezes o melhor português da prova e que já ganhou três edições do Rally de Portugal – prometa dificultar a tarefa do norte-irlandês. O campeão nacional em título, Ricardo Teodósio (Hyundai), bem como José Pedro Fontes (Citroën), os jovens Lucas Simões (Ford) e Pedro Almeida (Skoda), ou Ernesto Cunha (Skoda), que faz a primeira época com um Rally2, também querem brilhar na prova mais famosa e mediática do campeonato. Entre os 2 Rodas Motrizes do CPR, destaque para o esperado duelo entre Hugo Lopes (Peugeot) e Gonçalo Henriques (Renault), que, para já, tem sido favorável ao piloto do Peugeot 208 Rally4.

Paredes, Coimbra e Figueira da Foz no programa do Dia 1

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Paulo Maria – ACP

Como é habitual, a ação começa com o Shakedown de Paredes, no interior e nas imediações do circuito de Baltar, a partir das 08h01 de amanhã. Um troço-espetáculo de 4,61 km, que os pilotos vão percorrer mais do que uma vez, numa derradeira oportunidade para afinações, antes do arranque oficial da prova. Depois de um regresso à Exponor, as equipas partem em direção a Coimbra, que volta a receber a Cerimónia de Partida oficial.

 

Uma sessão de autógrafos com os pilotos, a partir das 16h00, no terreiro do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, antecede a partida oficial, às 17h00, em plena Avenida de Conímbriga. Os concorrentes rumam depois à Figueira da Foz, para a Super Especial de abertura que, este, ano tem um percurso redesenhado (2,94 km), junto ao Forte de Santa Catarina, a partir das 19h05 (e com transmissão em direto na SportTV4 e RTP1).

O que disseram os pilotos antes do arranque

Confira as declarações dos nove pilotos da categoria principal do WRC, antes do arranque oficial do 57.º Vodafone Rally de Portugal.

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Paulo Maria – ACP

Thierry Neuville (Hyundai Shell Mobis): “O sucesso em Portugal depende dos mesmos fatores de sempre. Precisamos de consistência, de um bom set-up e de confiança no carro. As condições do piso e a posição na estrada também farão uma enorme diferença no nosso desempenho. Quando estiver seco, teremos mais dificuldades, porque todos conhecem bem as classificativas. Fiquei satisfeito com o carro no teste pré-evento e concentrámo-nos numa afinação que me dará a confiança necessária para atacar em condições escorregadias. Os meus objetivos são otimizar o desempenho na sexta-feira e no sábado, antes de tentar obter o máximo de pontos no domingo.”

Elfyn Evans (Toyota Gazoo Racing): “Estamos a entrar numa fase movimentada da época, com os ralis a sucederem-se rapidamente, e a nossa atenção volta-se para as provas de terra. Portugal pode ser um rali bastante agradável, com algumas secções rápidas e fluidas, mas recentemente tornou-se um desafio maior em termos da dureza dos pisos, especialmente em algumas das classificativas clássicas do Centro, na sexta-feira. Como sempre acontece na terra, a posição na estrada pode ser um fator, mas também é um rali que pode ser afetado pelas condições meteorológicas. Temos apenas de nos concentrar em fazer o melhor trabalho possível com as condições que temos e tentar tirar o máximo partido do fim de semana.”

Adrien Fourmaux (M-Sport Ford): “O Rali de Portugal é muito famoso e espetacular. As estradas são muito técnicas e normalmente temos condições muito difíceis, com temperaturas bastante elevadas. Esta é a minha quarta vez em Portugal. Estou ansioso por desfrutar da atmosfera e, espero, conseguir outro bom resultado.”

Ott Tänak (Hyundai Shell Mobis): “É ótimo estar de volta a uma superfície mais dura. Portugal é muito agradável. É um rali rápido, com velocidades altas, normalmente suave na primeira passagem e muito duro na segunda. O contraste entre a primeira e a segunda passagem é notório pelo facto de os troços poderem ficar muito degradados.”

Sébastien Ogier (Toyota Gazoo Racing): “Estou entusiasmado por regressar a Portugal, depois de um ano de ausência. É um país de que tenho muito boas recordações, talvez um pouco mais da altura em que o rali era disputado no Algarve. Ainda assim, o ambiente é sempre ótimo e é um rali onde não devemos estar em desvantagem com a nossa posição na estrada, que talvez até nos possa beneficiar um pouco. É a minha primeira vez a competir em terra em algum tempo, mas fizemos um bom teste e estou ansioso pelo rali.”

Takamoto Katsuta (Toyota Gazoo Racing): “Portugal é um rali de que gosto e conheço muito bem as classificativas. Vou tentar esforçar-me o mais possível. Não estou inscrito para marcar pontos para a equipa neste evento, por isso, não tenho qualquer pressão nesse sentido e posso apenas concentrar-me em conduzir rápido e tentar dar o meu melhor”

Kalle Rovanperä (Toyota Gazoo Racing): “Há muitos fãs aqui e um ótimo ambiente. As classificativas têm excelentes características e tivemos aqui bastante sucesso nos últimos dois anos. Claro que o nosso objetivo será tentar ganhar, mas nunca é fácil. A nossa posição na estrada pode ajudar-nos, mas teremos de ver o tempo que faz…”

Dani Sordo (Hyundai Shell Mobis): “Estou muito entusiasmado por voltar a competir, especialmente em Portugal. É sempre um rali especial para todos. Conseguir a afinação correta é fundamental para ter um bom desempenho aqui. Trabalhámos muito no teste pré-evento para tentar aperfeiçoar a afinação, de modo a podermos fazer um bom trabalho. Vai ser interessante, com muitos dos concorrentes a tempo parcial a serem tão competitivos, este ano.”

Grégoire Munster (M-Sport Ford): “Fizemos um bom teste antes do evento. Portugal vai ser muito parecido com a Sardenha, uma prova um pouco complicada para nós, porque não temos muita experiência em comparação com os nossos concorrentes. Graças à minha grande ideia de fazer rolar o carro na primeira especial do rali do ano passado, falta-nos o conhecimento das classificativas.”

 

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