FPT/Beatriz Ruivo
Habituado aos encontros de ténis ruidosos do circuito universitário norte-americano, no qual fez percurso fulgurante, Nuno Borges lidou com o ambiente impróprio para qualquer concentração nas 3.34 horas em que batalhou com o francês Kyrian Jacquet, 150º mundial.
A jogar pela primeira vez o quadro principal de Roland Garros, depois de passar o qualifying, o melhor português da atualidade selou a vitória com os parciais de 3-6, 6-7 (3/7), 6-4, 6-3 e 6-4, ao quinto match point, para repetir a segunda ronda de 2023, o seu melhor resultado no Grand Slam da terra batida.
Ao som de gritos uníssonos a chamar pelo nome do compatriota, o maiato 41º mundial viu os dois primeiros sets penderem para o lado do adversário. No primeiro, o gaulês dominou, aproveitando o único breakpoint de que dispôs e assinando 15 winners. No seguinte, apenas decidido no tie-break, Borges reagiu para tentar equilibrar a contenda ao fim de quase uma hora. Não conseguiu. Mas no terceiro parcial, o número um luso alinhou o primeiro serviço (74%), já não deixou escapar o ponto de break e soube aproveitar os 14 erros não forçados do francês.
Com os ponteiros do relógio já a chegarem ao dia seguinte, ninguém arredava pé das bancadas do court 6, não obstante Ben Shelton, 13º favorito, estar a travar a própria batalha de cinco sets, na segunda partida que apenas decorria no recinto. E foi Borges quem silenciou os gritos do público quando fez o break (4-3) com um winner de esquerda.
Jacquet tentou o contrabreak, sem sucesso com Borges a levar a decisão para um quinto parcial. A Marselhesa ecoava nas bancadas, antes de Borges começar o serviço, mas o português ia respondendo com pontos “ganhantes” a sair da raqueta. Não calava os franceses, mas também não dava margem para o adversário tomar a dianteira. No jogo sete, ora a servir ases, ora capitalizando erros de Jacquet, Borges fez o break (5-2), ficando mais próximo de reeditar a vitória de 2021 sobre o francês, então no M15 Majadahonda, em Madrid.
Nuno Borges aguarda pelo vencedor do encontro entre o norueguês Casper Ruud, sétimo cabeça de série e antigo finalista, e o espanhol Alberto Ramos Viñolas, vindo do qualifying.
Borges e Cabral conheceram adversários nos pares
FPT/Anastasia Barbosa
Número um português de pares, Francisco Cabral , 49º do ranking mundial da ATP, e Nuno Borges conheceram os respetivos adversários que o sorteio dos quadros da variante lhes destinou em Roland Garros.
A jogar pela terceira vez nos pares do Grand Slam da terra batida, desta feita com o austríaco Lucas Miedler por parceiro, Cabral vai encontrar do outro lado da rede o duo formado pelo espanhol Marcel Granollers e o argentino Horacio Zeballos, quintos favoritos e campeões de vários Masters 1000, tendo Granollers já chegado à final na quinzena pariense. Cabral tem como melhor resultado neste torneio a terceira ronda em 2023, então ao lado do brasileiro Rafael Matos.
Curiosamente foi neste recinto que, em 2024, nos Jogos Olímpicos de Paris, Francisco Cabral e Nuno Borges representaram Portugal e chegaram aos oitavos como dupla. Na mesma metade do quadro, o maiato terá o francês Arthur Rinderknech por parceiro e vai encontrar do outro lado da rede o belga Zizou Bergs, com quem partilhou raquetas em Marselha, este ano, e o neerlandês Jesper de Jong.
