Ao fim de 2h30 de jogo, Nuno Borges saiu do court com sorriso rasgado no semblante depois de ter afastado o britânico Billy Harris, 151º mundial e convidado da organização, a quem ganhou para se tornar no primeiro português a, pelo menos, chegar à terceira ronda do Grand SLAM de Winbledom (relva).
Esta quarta-feira, pela primeira vez com um tenista da casa do outro lado da rede no All England Club, o 37º mundial superou Harris (151º mundial) em três sets, com os parciais de 6-3, 6-4 e 7-6 (9/7) selados depois de um erro de esquerda do britânico.
No court 2, um dos estádios do All England Club, assinou o acesso à terceira ronda deste torneio, algo apenas conseguido pelos compatriotas Michelle Larcher de Brito (2013 e 2014) e João Sousa (2016 e 2019), o melhor de todos os tempos do ténis luso que, embora tenha chegado à quarta ronda em Wimbledon (2019) e no US Open (2018) – bem como duas vezes à R32 do Open da Austrália -, em Roland Garros não foi além da segunda ronda.
Com oito pontos de break enfrentados, Borges rechaçou todas as ameaças e o tie-break ainda salvou dois setpoints consecutivos. Com 11 ases, dois breaks, 32 winners e 37 erros não forçados – menos dez do que Harris – o tenista agendou encontro com russo Karen Khachanov, número 20 mundial, que superou a batalha de cinco sets com o qualifier japonês Shintaro Mochizuki (144º).
Esta temporada, Borges chegou à terceira ronda no Open da Austrália – perdeu com Carlos Alcaraz – e em Roland Garros, onde foi afastado por Alexey Popyrin. O melhor tenista luso da atualidade também já chegou aos oitavos nos Grand Slam – no Melbourne Park e no US Open em 2024 -, a Wimbledon chegou aos quartos de final do ATP de ‘s-Hertogenbosch, nos Países Baixos.
Foto: AELTC/Joel Marklund
O maiato está igualmente inscrito no quadro de pares com o norte-americano Marcos Giron, 46.º mundial. Vai encontrar a dupla neerlandesa constituída por Robin Haase e Jean-Julien Rojer, este último ex-n.º 3 e campeão londrino em 2015, entre os três troféus da vitória em major (Roland Garros-2022 e US Open-2017).
Ainda no quadro de pares, Francisco Cabral (40.º mundial da variante) e o austríaco Lucas Miedler, que atingiram meias-finais no ATP 250 de Estugarda e no ATP 500 de Halle, torneios de preparação para este Grand Slam, têm encontro marcado com o britânico Jamie Murray – curiosamente antigo n.º 1 mundial da variante com quem o português tentou parceria alongada em 2022 – e o norte-americano Rajeev Ram.
Frederico Silva em frente no Challenger de Brasov
Entretanto, Frederico Ferreira Silva garantiu lugar nos quartos de final do ATP Challenger de Brasov (Roménia), após duas horas de partida.
O tenista caldense (30 anos), 264º do ranking mundial, levou a melhor sobre o lituano Edas Butvilas (252º ATP), uma década mais novo, com os parciais de 6-4 e 6-3. Não obstante os seis ases do adversário, o esquerdino foi superior com 68% de primeiros serviços colocados. No entanto, foi na resposta que Kiko fez a diferença, ao converter quatro dos seis pontos de break de que dispôs, salvando outros tantos.
Frederico Silva vai discutir um lugar nas meias-finais com o argentino Juan Pablo Ficovich, 155º mundial e segundo na lista dos favoritos ao título deste ATP Challenger 75 e aos 12.980 euros reservados ao campeão.