Pela terceira vez e num espaço de tempo relativamente curto, O Benfica voltou a perder pontos, para o caso na Liga Betclic, depois de ter empatado (1-1), na Luz, frente ao Rio Ave, nesta terça-feira, com os dois golos a serem marcados aos 86’ e 90+1’.
Ainda que tivesse entrado a bola na baliza do Rio Ave (60’), o lance foi apreciado pelo VAR que concluiu que não haveria golo porquanto o atacante Pavlidis tinha pisado o pé de um defesa da equipa de Vila do Conde, que o fez desequilibrar e, com isso, impediu o jogador de poder desviar a bola da baliza, pelo que não foi considerado o tento.
Que também o Benfica tivesse dominado mais, é outra verdade, esta mais questionável porquanto, interroga-se o que fez com a vantagem de ter mais posse de bola (70/30%, uma enormidade) se apenas rematou sete vezes para a baliza (e duas o Rio Ave) no decorrer do jogo?
No mais, se o Benfica não se encaminhou mais para a baliza foi porque os homens de Vila do Conde souberam, não “amarrar” um autocarro entre os postes, mas fechar quer as linhas de passe quer os caminhos para a baliza do Rio Ave. Por outras palavras, com poucos espaços para se mexerem, os jogadores de José Mourinho não souberam tornear as dificuldades criadas pelos vilacondenses.
Se se juntar a esta parte a falta de pontaria nos passes feitos por alguns dos jogadores das águias, contrapondo o Rio Ave sempre (e foram bastantes) com ataques bem apoiados – em duas situações só não deram golo porque houve falhas de comunicação nos últimos metros e a bola acabou por perder-se.
Também é verdade que o Rio Ave começou a “queimar” tempo bem cedo, ante a complacência do árbitro em ação, mas o “martírio” foi o de não se firmar com um ataque controlado, apoiado pelas várias peças que dispunha, dado que quase tudo falhou até à uma hora de jogo, em que o Benfica fez o golo inaugural, logo (VAR a verificar), ainda que sem convicção, como bem percebeu Plavidis, o causador do pisão, que invalidou o golo.
As perceções das jogadas não tiveram um cunho técnico-tático que se esperava – depois dos 3-0 do jogo anterior – ainda que o Rio Ave tudo tivesse feito para “desconcentrar” os jogadores do Benfica, como que apanhados numa rede que os bloqueou ao longo do jogo.
Aliás, na primeira parte, a estatística confirmou isso mesmo, com apenas três remates para as balizas (2 para o Benfica e 1 para o Rio Ave), ciclo que se manteve ao longo do segundo tempo, porque com números próximos.
O tempo foi passando, o Rio Ave não deu sinais de fraquejar e o resultado decidiu-se em cinco minutos (entre os 86’ e os 90+1’), quando Sudakov abriu o marcador para o Benfica, depois de rematar para a baliza uma bola mais ou menos perdida na área do Benfica, que o fez saltar de alegria por motivos profissionais, pessoais e familiares, mas que não foi suficiente para o Benfica tentar ganhar, porquanto, cinco minutos depois, o Rio Ave, com um “golo-bomba”, a levar a bola fora do alcance de Trubin, a chegar ao 1-1 final.
Se há “esqueletos” no armário, ou seja lá o que for e onde for, o ambiente no clube da águia ao peito não é o melhor – com a corrida ao acto eleitoral a “acelerar” – pelo que será bom que José Mourinho imponha o que tiver de impor, e da forma que for, para recuperar o atraso (4 pontos nesta altura) que, a aumentar, piorará a situação, naturalmente em articulação com o executivo benfiquista.
A abrir a ronda sete (na próxima sexta-feira), o Benfica volta a jogar na Luz, frente ao Gil Vicente – que se encontra a um ponto – pelo que não poderá voltar a falhar.
Acertado o calendário, o FC Porto continua como líder incontestado (18 pontos), seguindo-se o Sporting (15), Benfica (14), Gil Vicente (13), Moreirense (12), Famalicão (11), Sporting Braga (9), Vitória Guimarães, Arouca e Santa Clara (8), Casa Pia (7), Estoril (5), Estrela Amadora, Alverca, Nacional e Rio Ave (4), Tondela (2) e AVS SAD (1).
Nos marcadores, Clayton (Rio Ave) e Pedro Gonçalves (Sporting) seguem no comando, com 5 golos obtidos, tendo atrás Samu (FC Porto) e Guilherme Schettine (Moreirense), ambos com 4.