Sexta-feira 28 de Novembro de 2025

Seleção Nacional sagrou-se Campeã do Mundo de Sub-17

camp do mundo sub 17 portugal

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De forma inédita e histórica, a seleção portuguesa de futebol (sub-17) conquistou o título mundial, depois de vencer a Áustria (1-0), no encontro realizado em Doha, com um +único golo marcado (34’) por Anísio Cabral, numa partida em que Portugal teve ainda dois prémios para os melhores no jogo.

O dia 27 de novembro de 2025 ficará escrito nos livros, como o dia em que Portugal foi coroado, pela primeira vez na sua história, como vencedor de um Campeonato do Mundo FIFA Sub-17.

Quanto ao jogo, adivinhava-se um duelo agressivo, rápido e recheado de bons momentos de futebol, com ambos os coletivos a apostarem forte nas transições. Aos três minutos, quase golo de Portugal, com Mateus Mide lançado em profundidade, toca de calcanhar e Duarte Cunha remata ao lado, num lance que poderia ter dado a vantagem aos heróis nacionais.

A equipa nacional continuou a imprimir o seu ritmo de jogo, mostrando personalidade e carácter, ganhando dois cantos seguidos, a causar ainda mais perigo à baliza de Posch. Aos 14 minutos, a Áustria esteve perto, mas Romário Cunha disse não e fez uma mancha perfeita, para evitar o golo de Hasan Deshihsku, com Mauro Furtado a desviar ainda recarga de Moser.

Mal se tínha passado a primeira metade do primeiro tempo e já o conjunto nacional voltava a ameaçar, com Anísio, ao seu estilo, a ganhar com o corpo ao central Ndukwe, a entrar na área, para se enquadrar com a baliza, mas atirou ao lado, ficando o aviso do goleador luso.

Aos 34 minutos e depois de muitas tentativas, os lusitanos chegavam à vantagem no marcador, com Duarte Cunha, na área e pela direita, a cruzar rasteiro e Anísio a desviar à boca da baliza. Os austríacos pediram revisão do lance por posição irregular do ponta-de-lança português, o árbitro viu as imagens e confirmou o golo.

A seleção nacional demonstrou superioridade ao longo do primeiro tempo, criando melhores oportunidades e chegando ao intervalo a vencer de forma justa, com a plena noção e consciência de que estão a 45 minutos da história eterna e do título mundial de sub-17!

A segunda metade da partida recomeçou sem mudanças nas duas equipas, com Hermann Stadler a entrarem com a “faca nos dentes” e a subirem as linhas, em busca do golo, com a primeira chance a pertencer mesmo à Áustria, de livre direto, com Romário Cunha a defender para canto o remate de Hasan Deshihsku.

Aos 57 minutos, Anísio sofre uma falta em zona frontal, em posição perfeita para o pé esquerdo de Mauro. Respirou, deu quatro passos atrás e atirou forte o central, com o esférico a passar ao lado do poste. Poucos minutos depois e estava quase o 2-0, com Anísio a trabalhar bem na direita, a cruzar para o 2.º poste de pé esquerdo, onde aparece Mateus Mide, de cabeça, a falhar por pouco o alvo, numa grande oportunidade para Portugal!

Pouco tempo depois, nova oportunidade, com uma incursão pela direita a colocar a bola do outro lado, onde aparece José Neto a rematar cruzado, mas ao lado. A Áustria atacou com tudo e atirou uma bola ao poste, por Fraduscher.

Árbitro Principal: Roberto Bruno Pérez Gutierrez (PER)

Árbitros Assistentes: Leonor Soto (PER) e Jose Castillo (PER)

4ºÁrbitro: Jasper Vergoote (BEL)

PORTUGAL (11 inicial): Romário Cunha (GR), Daniel Banjaqui, Martim Chelmik, Mauro Furtado, José Neto, Rafael Quintas – CAP., Bernardo Lima, Mateus Mide, Duarte Cunha (João Aragão, 66′), Stevan Manuel (Yoan Pereira, 66′)  e Anísio Cabral (Ricardo Neto, 90).

Suplentes: Alex Tverdohlebov (GR), David Rodrigues (GR), Gabriel Dbouk, Ricardo Neto, Santiago Verdi, Zeega, Tomás Soares e Miguel Figueiredo

Treinador: Bino Maçães

Disciplina: cartão amarelo para Bernardo Lima (40′)

ÁUSTRIA (11 inicial): Daniel Posch (GR), Rafael Feldinger (Savic, 84), Jakob Pokorny – CAP., Ifeanyi Ndukwe, Nicolas Jozepovic, Jakob Werner (Loris Husic, 64′), Hasan Deshishku, Luca Weinfandl, Johannes Moser e Florian Hofman (Halmlich, 84)

Suplentes: Paul Scharner (GR), Christof Katzmayr (GR), Emil Ganser, Vasilije Markovic, Daniel Fraduscher, Filip Aleksic, Dominil Dobis e Kenny Nzoganf

Treinador: Hermann Stadler

Disciplina: cartão amarelo para Loris Husic (69′).

Desde 1991 (Era de Carlos Queirós) que Portugal não conseguia chegar à final desta competição, passados que foram 34 anos e com uma “linhagem” de equipa quase idêntica, a Portuguesa foi ouvida na instalação sonora do estádio.

Bino Maçães ficará para a história como o Treinador Nacional que, no mesmo ano, conquistou Campeonato do Mundo e Campeonato da Europa. O técnico elogiou os jogadores pela resposta em todo o Mundial e, em particular, na final com a Áustria.

“Fantástico. Grande trabalho dos miúdos. Esta foi uma final muito difícil, fizeram tudo o que foi pedido. Dificilmente será repetido, que tenham um futuro fantástico”, afirmou Bino Maçães.

Romário Cunha

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O Treinador Nacional considerou que esta foi uma conquista histórica para Portugal. “Estou muito satisfeito, dignificámos Portugal. Pusemos esta geração no nível mais elevado que existe. Hoje é para desfrutar, mas isto nunca para.”, concluiu Bino Maçães.

A FIFA considerou Mateus Mide, médio da Seleção Nacional, como o melhor jogador do Mundial de sub-17. O internacional português recebeu o prémio das mãos de Xavi Hernández. Mauro Furtado foi considerado o melhor jogador da final, enquanto Romário Cunha foi galardoado com a Luva de Ouro, prémio para o melhor guarda-redes do mundo.

Anísio Cabral, marcador do único golo da partida, foi o segundo melhor marcador do torneio, atrás de Johannes Moser, da Áustria.

Mateus Mide destacou os colegas de equipa, depois de receber o prémio. “O sentimento é de felicidade. Não sei como exprimir mais este sentimento. Muita felicidade. Está a ser o melhor ano da minha vida. Quero agradecer todo o apoio que tive. Este prémio é uma distinção muito boa, estou orgulhoso. Tive ajuda da minha equipa”, afirmou, ao Canal 11.

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