Sábado 27 de Abril de 2024

ELEIÇÕES NO SPORTING: Terreno está cada vez mais “minado” para Braz da Silva

Embora anda não se saiba quantos serão os candidatos oficiais – só contam os que se entregarem o processo dentro dos prazos já definidos – o panorama que se apresenta neste momento continua a caminhar no sentido de “tudo ficar na mesma”. Isto é, o grupo de Roquette (que iniciou este tipo de gestão para o clube) e companhia continuará a afundar o Sporting em águas cada vez mais profundas.

Tudo se conjuga para que uma “troika” alargada retome a liderança. De candidato, Rogério Alves passou a alinhar com Godinho Lopes. Paulo Pereira Cristóvão, de candidato do tudo contra todos em 2009, também alinha neste “consenso”. Só se for bacoco.

Para juntar à festa, Bruno Carvalho (apenas conhecido por ter ajudado a criar a Fundação Aragão Pinto, onde é o presidente), parceiro nos dois últimos anos a esta parte do Sporting para alguns actos de solidariedade, cuja dependência do clube se acentua pelo facto de ser o gestor da Associação de Hóquei em Patins do Sporting. Que, como referiu, procura uma notoriedade que nunca teve e que se apresentou com mais milhões na algibeira.

A acrescentar a isto, refira-se que José Roquette, Dias da Cunha e Soares Franco também estão alinhados pelo mesmo diapasão, a que se deve adir ainda José Dias Ferreira – muito calado, o que não é habitual – já que tem demonstrado garantias suficientes para apoiar estes seus pares.

E para completar todo este ramalhete, a cereja em cima do bolo: a maior parte da comunicação social – por via directa ou indirecta – também alinha da mesma forma.

Basta rever títulos como “Bacalhau à Braz” e “Entre barões (os que estão) e os tubarões (os que se propõe mudar)” ou, mesmo, “como alternativa aos barões aparecem os tubarões” com promessas milionárias, sem passado no clube e representando interesses nebulosos”.

Por tudo isto, duas conclusões se podem prever, para não dizer, aqui e agora, que José Braz da Silva – o único candidato não alinhado, forte, com capacidade de operar a ruptura que é indispensável ante este passado recente e negativo – surge como um derrotado antes mesmo de apresentar a candidatura.

O que é uma pena, para o Sporting. Que se continuará a “enterrar” no lodo que pseudo empresários tem criado ao longo da última dezena de anos.

Bruno Carvalho, apelidado de “out sider”, servirá para desviar votos para o todo poderoso grupo, enfraquecendo Braz da Silva. Mais remota parece ser o aparecimento de João Rocha Junior na luta eleitoral, que não tem o perfil que o seu pai teve e que elevou o Sporting bem alto.

Uma paragem, de uma semana, no caminho para apresentar formalmente, parece indiciar que Braz da Silva já percebeu que não será com milhões (euros) e projectos credíveis – como o que tem referido – que chegará para vencer. É que o BCP e o BES, como “donos” do clube, também não estarão dispostos a abrir mão das suas prerrogativas.

E, ainda, ser muito difícil convencer os “cinquentenários” – sempre afectos aos que estão, para o caso reforçados pela falta de visibilidade de Braz da Silva no mundo sportinguista – a votar numa mudança que eles não querem. Mas também ajudam a “enterrar” o clube.

Contra os “arautos da desgraça” a “união não faz a força”. Pelo menos no Sporting. A menos que, pela última vez antes de fechar de vez, os sócios do clube percebam que o clube está em risco alto de perigo.

Sérgio Luso

 

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