Sexta-feira 26 de Abril de 2024

França-Marrocos e Argentina-Croácia nas meias-finais do Mundial de Futebol Qatar2022

franca vs inglaterr catar 2022

Hector Vivas – FIFA/FIFA

Quaisquer que fossem os resultados dos dois últimos jogos dos quartos-de-final deste Mundial de Futebol do Qatar, realizados este sábado, sabia-se, à partida, que não havia favoritos, porquanto nenhuma das quatro equipas tinha ainda demonstrado, inequivocamente, que reuniam condições para o efeito, pese embora alguns pormenores pudessem ajudar.

Desta forma, houve que esperar pelos jogos e ficar a saber quem, nos momentos cruciais para as decisões, soube ser superior (ou não) para seguir em frente sem que houvesse diferenças acentuadas entre o quarteto que estava entre ficar ou dizer adeus a este Mundial.

Por um lado, a França carregava o peso de ser o campeão em título (2018) e, por isso, poderia ter uma vantagem, ainda que mínima, para ser considerado favorito, como comprovou ao derrotar uma Inglaterra que não teve “calculadora” tão competente que a dos franceses, que içaram a bandeira a caminho do pódio final.

No lado de Portugal, a formação lusa demorou a encontrar um caminho (que deu uma pequena luz ao quarto jogo, quando goleou a Suíça por 6-1) que desse alguma garantia, ainda assim marcado por vários percalços de ordem técnico-táctica e fisio-psicológica, face ao elevado “espólio” de frases e mais frases e por aí fora que, neste domingo, ditaram o afastamento da equipa nacional da competição.

Os analistas iniciaram vários ensaios para começar a divulgar as causas e os efeitos de tudo o que se passou, que não teve origem nesta competição (já vem desde o mundial de 2018, depois do título europeu conquistado em 2016) mas que “rebentou” neste ano da Graça de Deus, ainda que não se saiba para quem!

Frente a Marrocos, apesar de a equipa se ter apresentado em campo com 10 dos 11 jogadores que golearam os suíços, verdade é que algo pareceu não bater certo quanto à táctica a utilizar, porquanto se sabia que os marroquinos têm sido hábeis em manobrar a retenção da bola, jogando sobre a defensiva, devagar, sem pressa de pressionar o adversário, a não ser que o adversário (este sábado, Portugal) demonstre que possa haver outras vias.

Quiçá mais explícito, a equipa nacional levou (perdeu) muito tempo a chegar à baliza contrária, ainda que tivesse criado algumas oportunidades que até podiam resultar em golo (não teve a felicidade que teve com a Suíça), mas que não resultaram, com o próprio guardião marroquino a fazer outro “jogo do ano”, defendendo tudo.

Com onze jogadores metido no seu meio-campo, os marroquinos fecharam todos os caminhos que podiam dar à baliza, com os portugueses a limitarem-se passar a bola de um lado para o outro sem progredia no campo. Daí que Portugal tivesse uma posse de bola de 74-26% mas sem conseguir sair do mesmo sítio, se bem que também fosse o melhor nos remates (12-9, dos quais 3-3 para a baliza).

No entanto, para chegar ao golo que deu a vitória, Marrocos apenas fez 247 passes contra os 663 de Portugal, que ficou a zero. Há qualquer coisa que parece não estar bem.

Este foi o principal busílis da questão.

O outro verificou-se nas poucas arremetidas à baliza de Portugal, se bem que, numa delas, Diogo Costa atrasou-se na saída dos postes, os centrais não estavam no sítio certo, dando abertura (42’) para que En-Nesyri saltasse, sem ninguém a fazer frente, ao segundo andar e cabecear para uma baliza deserta e fazer o golo que foi o suficiente para Marrocos seguir para as meias-finais.

A partir daí tudo se complicou e Marrocos (45+2’) esteve à beira do 2-0 mas a bola acabou por sair ao lado da baliza, no que foi uma oportunidade perdida, acrescentando ainda outra (49’) em que foi Diogo Costa a safar o golo, na sequência da marcação de um livre contra Portugal, o que repetiu (90+6’) depois de negar o golo ao adversário que lhe surgiu pela frente.

Ainda assim, Pepe teve na cabeça (90+7’) o empate, mas a bola saiu da cabeça desenquadrada com a baliza.

Foi muito bom Portugal ter chegado aos quartos-de-final, mas para quem sempre disse, desde o início, que se estaria na final, sem dúvida que esperava um “milagre”. Para isso, há que recordar a final do europeu de 2016, com o tal golo de Éder, que talvez ainda não se saiba, hoje, como aconteceu!

Posto isto, aguarda-se o desenrolar dos próximos acontecimentos.

No Inglaterra-França, os franceses começaram melhor e marcaram primeiro (17’) por intermédio de Tchouaméri, os ingleses empataram (54’) por Kane, na transformação de uma grande penalidade, mas Giroud (78’) marcou o golo do triunfo.

Os ingleses dominaram em toda a linha (16-8 nos remates, dos quais 8-5 para a baliza, numa posse de bola de 58/42%) mas deram muitos mais passes (504) para tentarem fazer mais golos, o que os franceses fizeram com apenas 377 passes.

A primeira meia-final está marcada para a próxima terça-feira, com o Argentina-Croácia (19h), e o França-Marrocos no dia seguinte (quarta-feira), pela mesma hora.

Jogos em que também vai estar em equação a luta pela conquista do título de melhor marcador, com os franceses Mbappè (5) e Giroud (4) e o argentino Messi (4) na linha da frente para se entronizar neste Mundial 2022.

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