Sexta-feira 29 de Março de 2024

Sporting SAD aprovou aumentos de vencimentos para os respectivos dirigentes

Sporting-SAD-Vencimentos-17-05-2023

Sporting CP

De acordo com o comunicado divulgado pelo Sporting Clube de Portugal no respectivo site, “o ponto único da Assembleia Geral Extraordinária da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD, realizada na noite desta terça-feira, no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, foi aprovado por larga maioria”.

Na sequência do documento, “o ponto único previa apreciar e aprovar as alterações na remuneração fixa a introduzir na Política de Remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Sociedade propostas pela Comissão de Accionistas, para vigorarem a partir do exercício de 2023/2024 e foi aprovado com cerca de 86% dos votos”.

No final da reunião magna, Bernardo Ayala, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD, falou aos jornalistas, tendo referido que “a proposta apresentada no único ponto da ordem de trabalhos foi aprovada por larga maioria. A proposta previa – agora prevê – alterações na política de remunerações da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD que passam, essencialmente, pela elevação dos limites máximos das remunerações dos membros executivos do Conselho de Administração e pela criação de novas remunerações, também com limites, dos membros não-executivos e dos demais órgãos sociais da SAD”.

Sobre sobre eventuais problemas na discussão entre os accionistas, Bernardo Ayala salientou que “não houve qualquer tipo de problema. O que houve, sim, foi um debate vivo. Estiveram presentes na sala vários accionistas que não apoiavam a proposta apresentada e fizeram ouvir a sua opinião com total liberdade, como sempre acontece. Não considero isso um problema, mas sim democracia. A proposta não foi consensual e isso gerou um debate muito aberto em que cada pessoa expôs o seu ponto de vista e foi ouvida sem limite de tempo”.

“Bernardo Ayala falou também sobre a proposta, que foi apresentada por uma Comissão de Accionistas e foi baseada em quatro factores distintos: competitividade externa, equidade interna, exposição e risco inerentes e, por fim, acumulação de pelouros”.

É referido no comunicado que “uma empresa fez um estudo que apenas se foca em temas de competitividade externa. O estudo, na minha perspectiva, está bem feito e faz um retrato muito fiel do mercado português naquilo que aqui poderia interessar. Não é um estudo imaculado, tem pontos fraco e fortes, e a Comissão analisou com sentido crítico”.

Continuando, “o estudo faz uma análise às remunerações em várias outras Sociedades Anónimas Desportivas e em várias sociedades que não estão, sequer, no mundo desportivo. Depois, faz medianas e apresenta os dados de forma a conseguirmos ver como as remunerações da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD, no que respeita sobretudo aos membros executivos do Conselho de Administração, se posicionavam relativamente ao mercado. A conclusão a que o estudo chega é que estavam, de modo relevante, abaixo da mediana do mercado. Quando isso se sucede, há uma luz amarela que se acende e é preciso olhar para o tema. A Comissão de Accionistas olhou para o tema, baseou-se no estudo, ponderou outros factores e entendeu que era o momento de propor uma revisão dos limites das remunerações”.

Por fim, Bernardo Ayala contou que “a crítica ao timing” da apresentação desta proposta “foi, talvez, a mais recorrente”, mas explicou por que motivo considera que “o timing é aceitável”: “Nesta Assembleia Geral Extraordinária mexeu-se apenas na remuneração física, não na remuneração variável. Essa depende do cumprimento de objectivos desportivos e financeiros e não se mexeu. Na remuneração física não ponderamos o sucesso desportivo e financeiro, mas sim a comparação com o mercado, a equidade interna, o grau de exposição e de risco e a acumulação de pelouros. Na remuneração fixa, olhamos para a função presidencial do Sporting CP, de administrador executivo ou não-executivo, independentemente da pessoa que lá esteja, da sua competência ou da performance, que são relevantes para a remuneração variável. A remuneração fixa depende mais do que o cargo é e representa”.

De acordo com algumas fontes fidedignas, as justificações apresentadas no comunicado não respondem às questões colocadas por vários associados do Sporting Clube – sócio maioritário, com maioria absoluta, da Sporting SAD – em especial no que concerne à forma de escolha da empresa que apresentou a proposta de remunerações que foi aprovada na AG, como foi público antes da AG.

Tanto mais que a percentagem de aumento é de 32% (quanto ao presidente passa de 182 mil euros para 240 mil anuais), números que, face ao que se tem verificado, em especial, no último ano/época, em que o futebol tem tido – e continua a ter – um déficit quanto â conquista de títulos, admitindo-se que a situação obrigue a voltar a vender jogadores (que parece linear não só agora mas, como se tem provado, nas últimas épocas, ficando a espinha dorsal da equipa mais fragilizada.

Outra referência foi feita ainda sobre o papel que cabe aos sócios do clube, que continuam a não ser chamados a analisar a situação global do Sporting Clube – mas com fortes implicações no ambiente social que deve presidir a uma via para o desenvolvimento, considerando que este aumento substancial de despesa, apenas para os dirigentes, por certo terá um impacte significativo no resto das áreas (outras modalidades desportivas), cuja gestão compete, única e exclusivamente, ao Sporting, sendo que o montante de receita para as modalidades foi este ano (desde Janeiro) reforçado com um aumento de quotas, cuja aprovação se fez sentir na pele daqueles que tem a visão de um Sporting Global e não apenas futebolista.

A verdade é que tudo foi aprovado, com as novas renumerações a poderem ser implementadas a partir da nova época que se avizinha de 2023/2024, se bem que nada fosse explicitado sobre o assunto.

Ainda que esteja referido no comunicado que o aumento apenas se verifica no vencimento base, a verdade é que, havendo uma base mais elevada, parece não restarem dúvidas que as percentagens que estão definidas, nas situações de complementos (financeiros), isso fará aumentar o volume global da despesa.

E não se percebe como é que os sócios não sejam chamados a analisar e votar este assunto, porquanto compõem a maioria do capital social da Sporting SAD, devendo ser até a AG do Clube a definir este tipo de regras, onde apenas alguns falam e decidem por largos milhares, cuja base de filiação é, precisamente, o mesmo Sporting Clube de Portugal.

 

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