Pedro Estevens / Central Noticias
Tendo como palco o emblemático Pavilhão Carlos Lopes (Lisboa), a 27ª Gala do Desporto voltou a enaltecer as figuras do desporto nacional que mais se distinguiram ao longo do ano (2023), valorizando, assim, os resultados de excelência nas mais diversas modalidades que compõe o desporto português.
No ano em que se celebram os 40 anos da inesquecível conquista da medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de 1984, realizados em Los Angeles, nos EUA, Carlos Lopes recebeu o prestigiado Prémio “Mérito Desportivo – Alto Prestígio”, galardão que visa distinguir entidades e personalidades do fenómeno desportivo nacional pelo seu extraordinário contributo em prol do Desporto Nacional e de Portugal.
Momento que voltou a galvanizar o povo português para, tal como na madrugada de 12 agosto de 1984, proporcionar uma longa e entusiástica ovação, com todos os presentes (na ordem do meio milhar) de pé, criando uma carga emocional inusitada e justificada pelo querer do homem, quiçá o único, que ousou “estudar” outros “deuses” e, depois de vitórias importantes e desfechos não tão positivos, deslumbrou os Estados Unidos da América e todo o Globo Terrestre.
Carlos Lopes, metodicamente, estudou cada adversário para, no momento próprio, desferir o golpe de misericórdia e chegar ao fim no mastro mais alto do pódio olímpico.
Um Ser Humano, um Atleta de eleição, que soube interpretar de forma perfeita o significado das quatro palavras que a Confederação do Desporto de Portugal elegeu e colocou à consideração dos presentes na bela sala: Determinação, Intensidade, Excelência e Superação!
Num vídeo especialmente produzido para esta Gala e sobre o campeão olímpico, Carlos Lopes teve oportunidade de salientar os dois fatores mais importantes para chegar onde chegou.
O primeiro, no que se refere ao Prof. Mário Moniz Pereira, “porque teve um trabalho aturado para poder reunir condições que me permitisse gerir a carreira, porquanto era preciso trabalhar mais e melhor”; o segundo, o apoio incondicional da família (esposa e filhos), que foi o grande suporte nos momentos menos bons, nunca abdicando de nada para ser o melhor e mais feliz.
E por Pavilhão Carlos Lopes, recorde-se que podia ter sido a primeira pista coberta em Portugal, se tivesse havido financiamento, porquanto a planta elaborada estava à medida para o efeito.
O competente prémio foi entregue pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela o desporto.
No primeiro momento de homenagem, foram distinguidos os atletas e equipas que conquistaram títulos europeus e mundiais, oriundos de 40 federações, os quais nomearam 160 para se escolherem os melhores.
Cumpridos que foram os padrões regulamentares, o júri formado para o efeito escolheu os cinco que, em cada categoria, deviam ser votados pelo público até ao dia da Gala, onde se conheceram os nomes dos vencedores.
De uma forma geral, os triunfantes – assentes nos resultados alcançados ao longo da época/ano de 2023 – quase foram encontrados por unanimidade, atendendo ao histórico das modalidades que representam, salientando-se a seleção feminina de futebol que, pela primeira vez na história da disciplina, se apurou para a fase final do Mundial de Futebol.
Pedro Estevens / Central Noticias
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Em termos individuais, o melhor atleta (masculino) foi Diogo Matos Ribeiro, que conquistou o primeiro duplo título mundial (absoluto) para a Natação portuguesa, um feito que também se encaixa, na “quadratura” das palavras-chave escolhidas pela CDP.
No sector feminino, a eleita foi Maria Martins, que se guindou ao pódio mundial pela primeira vez no ciclismo.
No Desporto Adaptado, Norberto Mourão foi o mais votado, o paracanoista que continua a conquistar medalhas sempre que vai para cada competição internacional.
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A Jovem Promessa foi, sem qualquer dúvida, o jovem (19 anos) que o Benfica lançou na equipa principal de Futebol, de seu nome João Neves, cujo prémio foi recebido por Rui Costa, o presidente do Benfica, considerando estar em estágio.
No discurso de encerramento da 27ª Gala do Desporto de Portugal, o presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP), Daniel Monteiro, salientou a absoluta necessidade de Portugal construir e desenvolver “uma verdadeira política desportiva nacional, assente no princípio básico do Desporto como veículo para o desenvolvimento humano”.
No evento realizado no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e perante uma plateia composta pelas principais figuras e representantes da comunidade desportiva nacional – atletas, treinadores, dirigentes federativos, dirigentes de clubes e altos responsáveis governativos, entre outros, o presidente da CDP apelou a uma estratégia nacional e integrada para o Desporto português que tenha como objetivos fundamentais garantir “mais praticantes, formais e informais, com atividade desportiva segura e de qualidade”, e que ainda potencie uma “maior competitividade e melhores resultados nas representações internacionais, por parte da nossa elite desportiva e seleções nacionais”.
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Daniel Monteiro sublinhou ainda que, “num país e numa sociedade desenvolvida, estes dois pilares – mais praticantes, mais competitividade – têm obrigatoriamente de coexistir”, lembrando que “de nada serve a um país obter grandes resultados desportivos, por via dos seus atletas de elite, se o mesmo não assumir e entender a importância de uma política de democratização de acesso ao Desporto, como veículo de desenvolvimento social e cívico”.
No final, e dirigindo-se diretamente aos membros do Governo presentes na Gala – representado pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e pelo Secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, o presidente da Confederação do Desporto de Portugal endereçou votos de sucesso, dizendo que “o vosso bom resultado é o bom resultado do Desporto português, tanto no imediato como no longo prazo”.
Salientando que “o setor está saturado de boas intenções, de promessas que não passaram de meras palavras de circunstância”, Daniel Monteiro especificou que, “se nos primeiros 100 dias de Governo for apresentado um plano de desenvolvimento desportivo, a curto, médio e longo prazo, com compromisso de implementação por parte do Executivo, e for dado o peso devido à Educação Física no 1º ciclo, então ainda poderemos ter esperança de que as conquistas dos nossos campeões também contribuíram para mudar a mentalidade política do País”. “Aquilo que fizermos para alavancar o Desporto, contribuirá em muito para alavancar o país”, concluiu.
