Segunda-feira 02 de Junho de 2025

Nuno Borges, 1ºportuguês a ganhar a top-10 em Grand Slam

Tenis-RolandGarros-28-05-2025

FPT/Anastasia Barbosa

Nuno Borges não é o primeiro tenista masculino a ganhar a um jogador do top-10 – Michelle Larcher de Brito bateu Maria Sharapova em Wimbledon nos idos anos de 2013 para chegar à terceira ronda -, mas é único a tê-lo feito num Grand Slam.

Esta quarta-feira, naquela que é a maior vitória da carreira, atendendo o ranking do adversário, o maiato de 28 anos, 41º da hierarquia ATP, levou a melhor sobre o norueguês Casper Ruud, oitavo da tabela e finalista em 2022 e 2023, para aceder à terceira ronda de Roland Garros.

Nuno Borges deixou o Court Suzanne Lenglen, o segundo mais emblemático da catedral da terra batida, vitorioso com 2-6, 6-4, 6-1 e 6-0, e ao fim de 2h17, reconhecendo a debilidade do nórdico que recebeu assistência médica na perna esquerda antes do início e durante o derradeiro set. Todavia, o número um português não se deixou abater com as questões físicas do adversário, ex-número dois mundial que chegou à quinzena parisiense com o troféu de campeão do Masters 1000 de Madrid.

Assertivo no serviço, que chegou a atingir os 205 km/h, o tenista assinou 51 winners face aos 32 do adversário, que cometeu 38 erros não forçados perante os 21 de Borges.

Juntando-se a Nuno Marques, Frederico Gil, João Sousa, Gastão Elias, além de Michelle Larcher de Brito, na lista dos portugueses a terem vencido adversários do top-10, Borges vingou o desaire que Ruud lhe infligiu nos quartos de final no ATP de Los Cabos, em 2024, e marcou duelo com Alexei Popyrin, 25º mundial e de Roland Garros, australiano a quem o maiato venceu a caminho do título no ATP Challenger de Phoenix (2023), igualando o frente a frente depois do desaire de 2017 num ITF norte-americano.

E foi em bom português que, depois de falar com Fabrice Santoro em court, Nuno Borges agradeceu a presença dos compatriotas, que não pararam de apoiá-lo com cânticos e bandeiras, e rogou para que não deixassem de fazê-lo, esta quinta-feira, quando voltar ao court, desta feita ao lado do francês Arthur Rinderknech, na estreia no quadro de pares frente ao duo Bergs/De Jong.

 

Francisco Cabral foi afastado nos pares

 

Francisco Cabral e o austríaco Lucas Miedler não tiveram a melhor estreia em Grand Slam como dupla, depois de terem sido travados na ronda inaugural dos pares de Roland Garros pelo espanhol Marcel Granollers e o argentino Horacio Zeballos, que já lideraram o ranking mundial da variante.

Um winner de esquerda de Zeballos, atual número 11 mundial, selou o desaire do portuense e do parceiro com os parciais de 6-7 (2/7) e 3-6, ao fim de 1h48 de partida.

A experiência de quem joga pela 18ª vez na catedral da terra batida, isto no caso de Granollers, de 39 anos, ou pela 15ª vez, no caso do argentino de 40 anos, fez-se notar nos detalhes. Com 43 pontos ganhos em 77 possíveis no primeiro serviço, face aos 46 em 75 de Cabral e Miedler, o duo hispânico compensou a maior percentagem do português e do austríaco no segundo saque (35%).

O portuense, 49º mundial de pares, e o parceiro (51º) com quem conquistou os títulos do ATP Challenger 175 de Bordéus e o ATP Challenger 100 de Madrid, tendo disputado ainda as finais do Estoril e Oeiras Open 4, converteram um de seis pontos de break, menos um do que os adversários, tal como foram menos eficazes nos winners (26 vs. 37).

Cabral continua, assim, a ter a terceira ronda de 2023 como melhor resultado em Roland Garros.

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