Ainda que tenha dominado em toda a linha, de princípio a fim, Portugal entrou com o pé “canhoto”, porquanto sofreu um golo bem cedo (21’), quando os centrais defensivos deixaram Varga saltar, ficando com os pés “presos” ao relvado, e Diogo Costa a não poder fazer nada.
A equipa nacional reagiu e Ronaldo teve o golo nos pés, mas foram os pés do guardião húngaro que defenderam o remate do capitão português, com a formação a manter pressão sobre o adversário, a tal ponto que teve mais duas oportunidades para marcar, mas não surtiu efeito.
A partir da meia hora, Portugal voltou a insistir e chegou ao empate (36’) com um golo de Bernardo Silva, que surgiu no momento ideal, quando o intervalo estava à vista.
A segunda parte começou muito melhor, porquanto, numa disputa de bola na grande área húngara, a bola foi jogada com o braço por um defesa húngaro, tendo (58’), Cristiano Ronaldo rematado para o fundo da baliza, junto ao poste direito da baliza do guardião da casa, colocando Portugal na liderança do marcador (2-1).
Hora para as primeiras substituições na equipa nacional, mas foi João Cancelo que (69’) esteve à beira de elevar o score, depois de rematar com o pé esquerdo, no centro da grande área, mas a bola a sair muito perto do poste.
O tempo passava e a equipa nacional parecia perder “qualidades”, “derivando” e deixando algumas abertas aos húngaros, o que criou algum nervosismo nos jogadores, em especial João Neves, que se viu amarelado (77’), por ter cometido uma falta antidesportiva.
Tempo para outras mudanças (entrada de João Palhinha e João Félix), mas as coisas não correram tão bem, entrando-se no último quarto de hora do jogo, onde tudo se tinha de resolver, em especial a favor de Portugal.
Mas foi a Hungria que empatou (84’). Atacando pela direita, os húngaros chegaram junto da grande área lusa e lançaram a bola, a meia altura, para o centro do último reduto português, onde Ruben Neves (colado ao relvado) deixou antecipar-se por Varga que saltou muito bem e anichou a bola na baliza de um Diogo Costa algo apático no lance.
Mais duas substituições na equipa nacional e, dois minutos depois (86’), Portugal conseguiu o 3-2 para se colocar na frente do marcador e tentar ganhar o desafio, que dominou sempre, mas nem sempre jogou para isso.
A passe de Nuno Mendes, na entrada da grande área, Cancelo recebeu a bola e rematou ao poste mais longe, deixando o guardião húngaro sem pinga de sangue para fazer parar a bola, que surgiu no fundo da baliza. Uff! Que alívio!!!
O 4-1 ainda pairou no estádio, quando Nuno Mendes (89’) arrancou para a baliza, mas rematou contra o defesa e a bola perdeu-se pela linha final.
Em termos estatísticos, Portugal fez 15-7 remates, dos quais 7-2 para a baliza, numa posse de bola de 70/30%, tendo feito mais do dobro dos passes (697-313) e uma percentagem de 92/76% na precisão dos passes. Muito acima.
Dois jogos, duas vitórias, seis pontos, seguido da Arménia (a quem Portugal goleou por 5-0, na primeira ronda), com 3 (venceu a Irlanda por 2-1), com a Irlanda e a Hungria com 1 ponto. Um bom resultado “contabilístico” para Portugal poder resolver o assunto do apuramento nos jogos a realizar em outubro e novembro próximos.
Recorde-se que só o primeiro classificado de cada grupo é apurado automaticamente para a fase final.
Roberto Martinez, o selecionador português, salientou que “todos os jogos são diferentes, mas encontrámos as soluções que acho importantes. A Hungria tem um contra-ataque muito bom, defendemos muito bem em geral, controlámos o jogo. A posse de bola foi muito boa. Dois remates, dois golos. É difícil quando damos dois golos. Adorei a atitude e o foco. Faltou em momentos controlar o jogo melhor, levar o jogo onde queremos porque a Hungria tinha ataques rápidos. É um jogo perfeito para melhorar e ajustar aspetos. Em geral, o foco foi incrível. Os jogadores que entram ajudam, fazendo a diferença. Uma vitória importante”.
Acrescentou ainda que “mostrámos uma personalidade incrível, quando sofremos um golo contra a Alemanha e mudámos a mentalidade, agora podemos sofrer e acreditamos naquilo que podemos fazer. Aconteceu com a Espanha também. Temos uma resiliência que é muito importante para construir o resto do jogo. Conhecemos a Hungria, a Alemanha e a Holanda não marcaram aqui em bola corrida. Marcámos dois golos em bola corrida. Foi um desempenho muito bom. Não controlámos na primeira parte o ritmo, continuámos a tentar contra-atacar e isso ajudava à Hungria. Ajustámos o ritmo e algumas posições. A polivalência foi mais uma vez importante neste estágio, poder utilizar jogadores em posições diferentes e poder controlar o jogo faz com que seja difícil para o adversário. Há aspetos que precisamos de avaliar e melhorar”.
Finalizou: “a Hungria teve um canto e dois remates. A Hungria tem qualidade, tem um jogador como Szoboszlai que ajuda a equipa, se nós no aspeto defensivo foi um canto e dois remates é porque defendemos bem. Ter o Rúben Neves ajudou muito. Em geral, se a Hungria só teve um canto e dois remates é porque a equipa defendeu bem, mas num espaço diferente que os comentadores podem avaliar”.