… foi o que disse Francisco Cabral depois de ter chegado ao 23º lugar no ranking ATP de pares, o melhor resultado que algum tenista luso conseguiu ao lingo da história da modalidade.
Em França, para jogar o Masters 1000 de Paris, cidade para aonde viajou depois da final do ATP 500 de Viena que o catapultou para este êxito, Francisco Cabral falou sobre o sentimento de fazer história no ténis português.
“É um orgulho imenso ser o português que mais alto subiu num ranking ATP”, começou por reforçar o portuense, de 28 anos, sem esconder ambições maiores: “São muitos anos de trabalho e as coisas estão a ir num rumo muito bom. Tem sido uma temporada fantástica e cheia de novas conquistas! Estou muito feliz por tudo o que alcancei. Tenho objetivos maiores do que ser o melhor português no ranking, mas obviamente é um marco importante para mim. Espero que ajude a motivar e inspirar as novas gerações do ténis português”, reforçou Francisco Cabral.
Com parceria firmada com Lucas Miedler desde final de março, com o ATP 250 de Marraquexe como primeiro torneio conjunto, o português e o austríaco conquistaram dois ATP 250 – em Gstaad, na Suíça, e Hangzhou, na China – e disputaram outras tantas finais, pois além de Viena também discutiram o título nos courts rápidos norte-americanos de Winton-Salem. Cabral, que em 2022 arrecadara os troféus no Estoril Open (ao lado de Nuno Borges) e em Gstaad (com Tomislav Brkic), conta ainda no palmarés com presenças nas finais de Chengdu e Bastad – estas com o brasileiro Rafael Matos por parceiro – e Banja Luka, ao lado do cazaque Aleksandr Nedovyesov, todas em 2023.
Em 2025, também em dupla com Miedler, também brilhou ao nível do ATP Challenger Tour, com dois títulos (Bordéus e Madrid) conquistados em quatro finais jogadas e, por isso, tece rasgados elogios ao austríaco: “Tem sido uma temporada superpositiva, estou muito contente por ter começado a jogar com o Lucas. Acho que nos completamos bem dentro do campo, fora dele temos uma ótima relação. Fiz também uma aposta grande no início do ano e, realmente, tem dado resultados. Quero continuar a trabalhar e a tentar melhorar para chegar cada vez mais longe. Sem muito trabalho e vontade não se concretizam objetivos”, asseverou o número um português de pares que se descolou do retirado João Sousa que, embora continue a ser o melhor de sempre na hierarquia de singulares (28º), nas duplas viu agora o 26º posto ser ultrapassado.
No Masters 1000 de Paris, Francisco Cabral e Lucas Miedler têm encontro marcado com a dupla formada pelo checo Tomas Machac e Nuno Borges, amigo dos tempos de sub-10. “Vai ser uma partida diferente, conhecemo-nos como ninguém, jogámos imensas vezes um contra o outro quando eramos mais novos e muito vezes juntos nos últimos anos. Vamos os dois dar o nosso melhor e no fim logo se vê”, rematou o portuense.
