Sábado 27 de Abril de 2024

Federação de Futebol: Estatutos à espera … do novo Governo

Parece incrível mas é verdade. Adequar os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol ao Regime Jurídico das Federações Desportivas é uma causa perdida. Pelo menos para já. E perdidas também poderão estar as hipóteses de Portugal estar no europeu do ano que vem e as equipas nacionais entraram nas competições europeias da nova época.

Face à recusa sistemática das Associações Distritais em não aprovarem o modelo de estatutos adequado – o que levou à perda, pela Federação, de milhares de euros neste último ano – através de um processo de incumprimento sobre incumprimento, esta parece ser a solução.

Na Assembleia-geral de hoje, quando se esperava – ou não, face à queda do governo que implementou a citada lei – que as dúvidas ficassem sanadas e se aprovasse o texto dos três artigos então adiados (e polémicos, segundo o entender dos homens da bola com os pés), surgiu o volte face, naturalmente assente na demissão do Primeiro Ministro José Sócrates.

A nova reunião ficou acordada para 30 deste mês de Abril.

O que, na sequência do publicamente divulgado, levaria a UEFA e a FIFA a não autorizar a presença de Portugal na fase final do europeu de 2012 (caso conquiste o apuramento) e a não permitir a entrada das equipas nacionais nas competições europeias de clubes.

Só que não se vê como estas duas entidades vão aplicar as sanções previstas – como agora aconteceu à Bósnia e pelos mesmos motivos – porquanto o governo com quem dialogavam já não está em funções efectivas mas apenas em regime de gestão corrente, ficando-se na dúvida se tem capacidade para aplicar um reforço na suspensão – por mais um ano – do estatuto de Utilidade Pública Desportiva à FPF ou aplicar outras sanções. O que levará esta Federação a perder mais alguns milhares de euros com base na “casmurrice” de alguns (poucos) dirigentes pouco democratas.

Esperar pelo governo a empossar a seguir às eleições de 5 de Junho é agora o objectivo.

Resta saber se haverá tempo para responder à UEFA e FIFA e se o novo governo estará na disposição de aceitar as regras que os líderes associativos desejam para se perpetuar nos lugares e continuarem a comandar todas as áreas do futebol português.

Mal estará Portugal se isto vier a acontecer.

Sérgio Luso

 

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