Domingo 19 de Maio de 2024

REAL NA “GUERRA” TOTAL

Foto: Carlos Rodrigues/Celta Images

Foto: Carlos Rodrigues/Celta Images

Num jogo emocionante ao longo dos mais de cento e vinte minutos, num quebrar de recordes e numa cidade quase transformada na capital de Espanha, como foi o caso de Lisboa, sem dúvida que valeu a pena ver a mais “cardíaca” das finais da Liga dos Campões.Dois colossos do futebol mundial, num ano em que houve a sorte de juntar duas equipas da mesma cidade de um só país, deram o mote – até que puderam – para um jogo “arrepiante” e em que Cristiano Ronaldo bateu o recorde de todos os tempos numa competição deste tipo ao marcar sete golos, contrapondo a um Atlético de Madrid, imbatível até este último jogo e que acabou completamente “descalcificado” de energia, não tendo tido capacidade de responder a um Real mesmo … Real.

Daí que se possa afirmar que o Real Madrid consagrou-se como um campeão certo mas bem “incerto” até aos últimos minutos dos 90 (+3’), quando empatou e viu brilhar a estrelinha da sorte depois da “asneira” provocada por um Casillas e que originou o único tento (36’) no Atlético, tendo ainda um outro “percalço” idêntico que só não deu golo porque não calhou.

Outras situações críticas foi a saída (nunca devia ter entrado) de Diego Ciosta (Atlético) logo aos nove minutos de jogo, porque não estava em condições, e o xeque-mate de Carlo Ancelotti (técnico do Real), aos 58’, fazendo entrar Isco e Marcelo (saindo Khedira e Coentrão), que revolucionaram o segundo meio tempo e, em especial, no prolongamento, com Marcelo a ser o autor, moral e material, da “morte” do Atlético, quando fez o 3-1, perante os mais de 61.000 espectadores que estiveram no Estádio da Luz e os milhões que o seguiram em todo o mundo.

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Foto: Carlos Rodrigues/Celta Images

Tomando as rédeas do jogo, o Atlético tentou ganhar a vantagem inicial, o que conseguiu até sem grande dificuldade, porque o Real surgiu algo apático, temeroso e recuado, permitindo ao adversário ganhar cinco cantos contra dois e fazer quatro remates contra três na primeira parte, num deles o que deu o golo a Godin (36’), depois da tal falha de Casillas, período em que três jogadores foram “amarelados”.

Na segunda parte, com as duas mudanças verificadas, o Real começou a afastar a pressão e se Ronaldo não dava mostras de estar em condições plenas era Bale que tentava fazer o seu papel, se bem que sem resultados palpáveis, porque perdulário, jogando-se a meio campo e com o Atlética a tentar segurar a vantagem.

Sem grandes paragens, não se percebeu muito bem os cinco minutos acrescentados pelo árbitro na segunda parte, se bem que essa situação em nada tivesse contribuído para o empate que o Real conseguiu (aos 93’), altura em que Sérgio Ramos salta melhor que todos, no seguimento de um canto marcado por Modric, e cabeceou para o fundo da baliza de um Courtois que pensava que a taça estava no “papo”.

Com um nulo no final dos noventa, houve que recorrer ao prolongamento para se definir quem seria campeão.

Nos primeiros quinze minutos, o domínio foi do Real e o Atlético começou a dar sinais evidentes de cansaço, tendo Modric tido oportunidades para desempatar.

Nos segundos quinze, então o “descalabro” foi total para um Atlético que quase já tinha metade da equipa parada no meio campo, sem se poder mexer.

Pelo que não admirou, que nos últimos quinze minutos, Bale, Marcelo e Ronaldo acabaram por confirmar que tinham que ser Reis e “conquistar la decima” Taça da Liga dos campões.

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Foto: Carlos Rodrigues/Celta Images

Aos 110 minutos, Bale – depois de um excelente e forte remate de Di Maria, que Courtois desviou – cabeceou, algo em desequilíbrio, para o segundo golo do Real, o que foi a “sentença” de um Atlético nessa altura muito menos combativo. Pelo que não se admirou a chegada do terceiro golo, marcado por Marcelo, aos 117 minuto e, ainda, um quarto, por Cristiano Ronaldo, a castigar uma grande penalidade contra si feita, aos 122 minutos.

O que se previa de difícil acabou muito penoso para os homens do Atlético, numa altura em que grande parte dos jogadores estavam “amarelados”.

A emoção que faltou no início, foi remetida, quase por inteiro, para os últimos vinte dos cento e vinte minutos que durou a partida. Valeu a pena.

Relevo para as actuações de Di Maria, Modric, Varane, Carvajal, Sérgio Ramos, Marcelo e Bale (Real Madrid) e Courtois, Juanfran, Godin, Tiago, Koke, Gabi

Sob a direcção do holandês Bjorn Kuipers, coadjuvado pelos assistentes Sander van Roekel e Erwin Zeinstra – que conseguiu controlar o jogo e não teve erros de palmatória – as equipas alinharam:

Real Madrid – Casillas; Carvajal, Varane, Sérgio Ramos e Coentrão (Marcelo, 58’); Modric, Khedira (Isco, 58’) e Di Maria; Bale, Benzema (Morata, 78’) e Ronaldo.

Atlético de Madrid – Courtois; Juanfran, Miranda, Godin e Filipe Luís (Alderweivell, 82’); Raul Garcia (Sosa, 65’), Tiago, Gabi e Koke; Diego Costa (Adrien, 9’) e Villa.

Cartões: Vermelho (dois amarelos) para Godin (35’ e 120’)

Amarelos: Raul Garcia e Sergio Ramos (28’), Kedhira (46’), Miranda (52’), Villa (72’), Koke (86’), Gabi (99’), Marcelo (117’), Varane (122’) e Simeone (técnico do Atlético, 122’)

 

 

 

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