Domingo 05 de Maio de 2024

Nem era preciso vencer para ser finalista

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Taça de Portugal – Sporting, 1 – Nacional, 0

Num jogo a atirar para o “frio”, o Sporting não conseguiu dominar um Nacional que entrou à procura da única coisa que o podia levar ao Jamor: ganhar o jogo. Ao contrário, os leões primaram por manter o “sistema”, isto é, abusando dos passes, do jogo individual, com toda a gente à procura do “salvador” Nani. Afinal, foi Ewerton que chegou a “Deus”!

Pelas repetições verificadas quase jogo a jogo, não se sabendo se é esta a táctica fixa, tem-se tornado complicado “descomplicar” a rigidez do referido factor (Nani), o que tem colocado os adeptos (e os dirigentes e staff técnico) num alto patamar de ansiedade, nervosismo minuto a minuto, onde, por vezes, as expectativas não são positivas.

Desta vez, apesar de o Nacional ter congeminado mais oportunidades de golo, que começaram logos aos 15’ – que não aproveitou por azar (duas bolas no poste e na trave) e por São Patrício (a salvar o golo por três vezes – o Sporting chegou ao triunfo com um golo marcado aos 86’, com Ewerton a dar o seguimento certo a um livre marcado por Jefferson, quando ninguém esperava que o 0-0 na altura fosse desfeito.

A entrada de “leão” acabou por ser a arma dos madeirenses – apesar de Nani (9’) ter marcado um livre atirando a bola para as mãos do guardião Gottardi sem qualquer sinal de perigo eminente – porquanto Marco Matias (15’) foi o primeiro a “assustar” Patrício com um remate em folha seca que levou a bola a roçar no canto superior e sair para fora, depois de (11’) ter rematado ao lado. E foi ainda este jogador que, após uma boa jogada com a bola a circular, a cedeu a Soares que rematou à figura de Patrício.

Só aos 30’ é que o Sporting criou perigo na área nacionalista com o guardião Gottardi a impor-se a Slimani, que cabeceou a centro de Carrillo. O que voltou a verificar-se três minutos depois mas desta vez com o argelino a cabecear para fora com a baliza toda “escancarada”.

A verdadeira oportunidade de ouro no primeiro tempo coube a João Mário (40’) que conseguiu isolar-se e tentou fazer um “chapéu” a Gottardi mas a bola subiu demais e passou por cima da barra, para se chegar aos 45 minutos com o Nacional a voltar a estar perto do golo, quando Christian, de longe, fez um potente remate que obrigou Patrício a uma grande defesa.

O segundo tempo começou como o primeiro: com o Nacional à procura do golo que lhe desse o passaporte para o Jamor. E foi Soares (51’) a obrigar Patrício a uma defesa como de recurso para salvar o que pareceu um golo certo. E foi logo a seguir que se soube que estiveram 16.315 espectadores no Alvalade XXI. Muito pouco para os 30.000 que chegaram a ser anunciados em alguma comunicação social.

Patrício (59’) volta a salvar o que podia ser o golo dos forasteiros, ao esticar-se e enviando a bola para canto, o que poderá ter dado outro ânimo à formação leonina que, ante o seu público, tinha que demonstrar que seria necessário vencer. Quiçá, a entrada de Carlos Mané para o lugar de João Mário terá sido o “mote”, porquanto a partir daí o Sporting tirou maior partido da astúcia e pressionou um pouco mais para chegar ao golo, o que surgiu nos minutos finais.

Houve mais apego à luta por parte dos madeirenses – que não deu largas aos leões – pelo que o resultado mais certo seria o empate, que também apurava o Sporting.

Com o primeiro finalista definido (porque não afirmar já os dois, porque poucos haverá que acreditem que o Rio Ave irá recuperar três golos ao Sporting de Braga), vamos ter que esperar até ao dia 30 deste mês para se confirmar o segundo conjunto que pisará a relva do Vale do Jamor.

O Sporting marca a 27ª presença na final da taça, tendo conquistado 15 troféus.

No Sporting, realce para Rui Patrício (terá salvado o Sporting do pior), Ewerton, William, João Mário, Slimani, Miguel Lopes e Carrillo, enquanto no Nacional se destacam as exibições de Gottardi, Zainadine, Marçal, João Aurélio, Christian, Soares e Marco Matias.

O lisboeta Hugo Miguel esteve em bom plano mas pecou pela mostragem de sete amarelos, alguns não justificados, se bem que no aspecto técnico não criou grandes “males”, tendo boa colaboração dos assistentes Hernâni Fernandes e Ricardo Santos.

As equipas alinharam:

Sporting – Patrício; Miguel Lopes, Paulo Oliveira, Ewerton e Jefferson; João Mário (Carlos Mané, 60’), William e Adrien; Carrillo (André Martins, 73’), Slimani (Tanaka, 89’) e Nani.

Nacional – Gottardi; João Aurélio, Rui Correia, Zainadine e Marçal; Christian, Aly Ghazal (Gomaa, 63’) e Tiago Rodrigues; Luis Aurélio (Camacho, 42’), Soares (Lucas, 57’) e Marco Matias.

Disciplina: Amarelo para Aly Ghazal (35’), Slimani e Zainadine (54’), Rui Correia (64’), Christian (80’), Jefferson (82’) e Miguel Lopes (88’).

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