Sexta-feira 20 de Abril de 9308

Mundial da Rússia’2018 – Deus conquista-se mas … Portugal não mereceu!

Desde o início do mundial (Espanha a abrir) que Portugal não demonstrou um futebol de primeira linha, isto é, rectilíneo – passes certos, frescura física e mental, visão de jogo e outras – que dessem garantias de que podia chegar à final, ainda que, pelos comentários que foram sendo feitos, o objectivo era chegar os quartos-de-final, ainda assim pouco para uma equipa que é campeã da Europa.

DR / FIFA World Cup

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Assim sendo, a formação não conseguiu “conquistar” Deus em todos os jogos (os três feitos no grupo esgotaram o stock, aliás uma opinião quase unanimemente aceite pela comunicação social), pelo que não admira o que se verificou frente a um Uruguai que foi mais forte, teve mais vontade, fez correr mais a bola, criou mais perigo e, apenas em duas jogadas lineares, resolveu o assunto a seu favor.

Como dizia o nosso Mestre Moniz Pereira, “a sorte dá muito trabalho!”, trabalho que a nossa selecção não concretizou totalmente (não terá passado dos 50/55 %), o que resultou numa derrota que começou (7’) com a abertura de um “buracão” na defesa, num contra-ataque perfeito dos uruguaios, com a Portugal a ter seis defesas na grande área (contra três adversários), onde José Fonte e Ricardo a deixaram passar, pelas costas, um Cavani que surgiu isolado frente a Patrício, que nada pôde fazer para evitar um golo muito bem marcado.

Resultado que os uruguaios podiam ter aumentado (21’), quando Fonte faz uma falta para parar um contra-ataque venenoso. Do livre, em zona quase central à baliza e um pouco atrás da meia lua da grande área, Suarez rematou forte, a bola passou por entre a barreira (que saltou quando a bola foi rasteira, valendo a defesa, em voo, de Patrício, que estava atento.

Menos “sorte” teve Ronaldo (32’) quando marcou um livre contra a barreira (o único que saiu certo, milimétrica e miraculosamente, foi o que deu no 3-3 frente a Espanha, no jogo de abertura), notando-se que o Uruguai mostrou maior movimentação da defesa para o ataque – porque causou sempre mais perigo – ao contrário de Portugal que teimava (como tem sido hábito) em passar bola entre os seus jogadores e sem progredir no terreno.

O pequeno-grande problema foi a falta de ética e de isenção de Colina, o responsável pela arbitragem na FIFA, e seus pares em nomearem para este jogo uma equipa de arbitragem do México, primeiro porque também é da zona do Uruguai e, segundo e pior ainda, é que a equipa do México (deixou de estar pelo afastamento luso) poderia vir a defrontar Portugal porque está do mesmo lado do esquema definido.

No segundo tempo, Portugal ainda conseguiu reduzir (55’), no seguimento de um pontapé de canto curto, em que Pepe, surgindo de repente na linha da bola, cabeceou forte para o fundo da baliza adversária.

Com o empate, Fernando Santos ainda pensou que era possível o reverso mas a lentidão dos jogadores portugueses manteve-se, não progredindo para a área contrária.

Num contra-golpe (62’), o Uruguai voltou a marcar e pelo mesmo Cavani, uma vez mais solto de marcação e que, em rápido contra-ataque, recebeu a bola da direita para a esquerda, onde se encontrava, e atirou forte, com o pé esquerdo para o canto mais longe da baliza de Patrício quem, como se adivinhou, não conseguiu chegar à bola.

DR / FIFA World Cup

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Ainda assim (69’), Portugal podia ter chegado ao empate, por Raphael Guerreiro se, em vez de fazer a recarga, com a bola a meia altura, o fizesse a meia altura, que entrava directamente na baliza porque o guarda-redes estava aos “papéis”. Deus também não quis? Não estava a jogar. A falta de visão do lance levou a bola a seguir para as nuvens.

Nos últimos vinte minutos o Uruguai como que se “fechou” na rectaguarda, espalhou os seus homens a fazer uma autêntica barreira, enquanto Portugal se manteve a trocar a bola à espera de uma “abertura do tamanho do mundo” para poder empatar e levar o jogo para as grandes penalidades, fazendo remates à primeira e sem nexo, como se comprovou.

Portugal não jogou o suficiente para ser mais forte que o Uruguai e saiu pela “porta dos fundos”, aliás como a Alemanha (fase de grupos) e a Argentina, porque perdeu com a França no outro jogo destes oitavos-de-final, realizado também este sábado. Digamos que a França de “vingou” do europeu de 2016, ainda de forma indirecta.

Apesar da equipa de arbitragem ser mexicana, não se percebeu se eventuais erros cometidos prejudicaram Portugal. Acho que não os houve, pelo menos de forma “gravosa” (isto é deixar passar grandes penalidades, que não se verificaram).

Da única vez que houve dúvidas a esse respeito (90+4’), aconteceu quando Patrício (em desespero) foi à grande área para tentar cabecear, o que se verificou foi que a bola bateu no braço de Patrício e não no defesa, pelo que o árbitro nada assinalou nem era preciso ir ao VAR como Fernando Santos pediu. Folclore!

As substituições, como também é habitual, foram feitas tarde demais

O jogo disputado no Estádio Olímpico de Fisht, com a presença de 44.287 espectadores e foi dirigido pelo mexicano Cesar Ramos, acolitado pelos seus assistentes M. Torrentera e M. Hernández, as equipas alinharam:

Portugal – Patrício; Ricardo, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; Bernardo Silva, William Carvalho, Adrien (Quaresma, 65’) e João Mário (Manuel Fernandes, 85’); Gonçalo Guedes (André Silva, 74’) e Ronaldo.

Uruguai – Muslera; Diego Soares, Godin, Gimenéz e Cáceres; Nandez (Sanchez, 81’), Vecino, Torreira e Betancurt (Rodriguez, 64’); Luiz Suarez e Cavani (Stuani, 74’).

Com o segundo cartão amarelo neste Mundial, Cristiano Ronaldo vai ser suspenso por um jogo.

 

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