Segunda-feira 29 de Abril de 2024

Candidatura ao Mundial de Futebol 2030 reforçada com a junção da Ucrânia

FPF-MundialComUcrània-05-10-2022

FPF

O Presidente da FPF, Fernando Gomes, em conferência de imprensa conjunta com os presidentes das federações espanhola e ucraniana, respetivamente Luis Rubiales e Andrii Pavelko, anunciou a candidatura dos três países a receber o Campeonato do Mundo 2030. 

Em Nyon, na sede da UEFA, Fernando Gomes explicou as razões que levaram Portugal e Espanha a incorporarem a Ucrânia na candidatura que a partir desta quarta-feira passou a ser Europeia, considerando o apoio explícito da UEFA.

Numa cerimónia em que todos os presidentes deixaram os votos de que a paz regresse rapidamente à Ucrânia, Fernando Gomes, em resposta a perguntas dos jornalistas, disse claramente que esta é ”uma candidatura para vencer” que junta três nações que têm todas as condições para o sucesso.

Na sessão lançada para o efeito, Fernando Gomes salientou que “é uma honra anunciar que Portugal e Espanha incorporaram a Ucrânia na candidatura conjunta ao Campeonato do Mundo 2030, tendo acrescentado que “as duas federações comunicaram a sua intenção à UEFA que manifestou o seu total apoio. É por isso que aqui estamos. Tem especial significado fazer este anúncio na casa do futebol europeu. O futebol é muito mais que futebol. E não seria necessário invocar outra razão para justificar o que aqui nos traz hoje. Futebol é superação, compromisso, resiliência, inspiração.

“Num movimento sem precedentes de solidariedade global que se seguiu à invasão da Ucrânia, também Portugal recebeu milhares de refugiados. São famílias separadas, pessoas desfeitas pelo luto da perda de familiares e amigos, pela angústia e pela incerteza em relação ao futuro dos que deixaram para trás. Abrimos as portas da Cidade do Futebol a algumas dessas famílias.

Fomos, e continuamos a ser, testemunhas do seu sofrimento, da sua vulnerabilidade, mas também da sua notável coragem e da determinação, renovada a cada dia, de seguir em frente.

“Diversos Clubes aderiram desde a primeira hora a uma campanha promovida pela Federação (Portuguesa de Futebol) destinada a acolher e integrar várias famílias, a maior parte delas com jovens desportistas ucranianos, num movimento de que muitos nos orgulhamos.

Toda a Europa respondeu a uma só voz quando foi chamada a ajudar.

Fizemos muito, é certo, mas temos de continuar a fazer mais. A consciência da realidade do que se continua a viver na Ucrânia, a isso nos obriga.

“Foi esta a razão que levou Portugal e Espanha a incorporar a Federação ucraniana na candidatura ao Mundial 2030. Para alguns, esta decisão pode parecer surpreendente, inesperada. Para nós foi uma decisão lógica e natural. A devastação, a fuga de milhões de ucranianos, a incerteza em relação ao futuro… tudo isso pesou na nossa vontade de integrar a Ucrânia nesta candidatura. Proposta que mereceu desde a primeira hora incondicional apoio do Presidente da UEFA a quem desde já quero agradecer.

“Certamente haverá muitas pessoas que vão pensar que o mais fácil para Portugal e Espanha seria seguir com esta candidatura tal como estava, indiferentes ao que se esta a passar na Ucrânia. Permitam-me discordar. Acho que isso seria o mais difícil e até incompreensível.

A Ucrânia não pode desaparecer das nossas memórias depois da guerra acabar. Quando esse dia chegar, tenho a certeza de que a Ucrânia continuará a precisar de ajuda e nós queremos e vamos estar presentes! Ajudar os ucranianos significa integrá-los em projetos desta dimensão, dar-lhes esperança em relação ao futuro.

“Apesar das poucas certezas, há algo que sabemos: o futebol tem uma força mobilizadora única que não pode ser desperdiçada. É nisso que apostamos! Tenho orgulho em pertencer há muitos anos à família do futebol e estou seguro que irá apoiar esta iniciativa.

“Que este seja, por isso, o início do caminho que nos leve a um Mundial que reafirme os valores da pessoa humana, da liberdade e da igualdade entre Nações grandes e pequenas.

Que este seja o Mundial que reafirme os valores estampados na Carta das Nações Unidas, de tolerância e paz! Caro Andrii (Pavelko Presidente da Federação Ucraniana) bem-vindo a bordo!”

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