Quarta-feira 15 de Maio de 2024

Mundial de 2030 com Espanha, Marrocos e Portugal, mas com início no Uruguai (América do Sul)

wcup 2030Através de uma mensagem na rede “X” (exTwitter), pela mão do presidente da Confederação de Futebol da América do Sul, o mundo ficou a saber, em primeira mão, que o Uruguai, Argentina e Paraguai também se associavam ao Mundial de Futebol de 2030.

Em especial para comemorar o Centenário da realização do Mundial de Futebol, cuja primeira edição se efetuou no Uruguai (com triunfo caseiro) em 1930, numa altura em que os países participantes foram escolhidos para o efeito, sendo a Argentina segunda classificada e os Estados Unidos da América em 3º.

Após a reunião do Conselho, realizado esta quarta-feira, a FIFA emitiu um comunicado onde refere que “depois de uma ampla consulta a todas as confederações e dada a importância de assinalar o centenário do Campeonato do Mundo da FIFA, o Conselho da FIFA tomou decisões fundamentais em relação à candidatura e à organização da edição centenária do Campeonato do Mundo da FIFA em 2030, durante a sua reunião realizada por videoconferência a partir da Sede da FIFA”.

O documento acrescenta ainda que “em 2030, o Campeonato do Mundo da FIFA reunirá três continentes e seis países, convidando o mundo inteiro a participar na celebração do futebol, do Centenário e Mundial da FIFA. O Conselho da FIFA decidiu, por unanimidade, que a candidatura única será a de Marrocos, Portugal e Espanha, que acolherão o evento em 2030 e se qualificarão automaticamente a partir da atual atribuição de vagas, sob reserva da conclusão de um processo de candidatura conduzido pela FIFA e de uma decisão do Congresso da FIFA em 2024. Além disso, tendo em conta o contexto histórico do primeiro Campeonato do Mundo de Futebol da FIFA, o Conselho da FIFA decidiu ainda, por unanimidade, organizar uma cerimónia única de celebração do centenário na capital do país, Montevideu, onde se realizou o primeiro Campeonato do Mundo de Futebol da FIFA em 1930, bem como três jogos do Campeonato do Mundo no Uruguai, Argentina e Paraguai, respetivamente”.

“Num mundo dividido, a FIFA e o futebol estão a unir-se” – afirmou o Presidente da FIFA, Gianni Infantino, que salientou que “o Conselho da FIFA, que representa todo o mundo do futebol, concordou unanimemente em celebrar o centenário do Campeonato do Mundo da FIFA, cuja primeira edição foi disputada no Uruguai em 1930, da maneira mais apropriada. Por conseguinte, a celebração terá lugar na América do Sul e três países sul-americanos – Uruguai, Argentina e Paraguai – organizarão um jogo cada um do Campeonato do Mundo da FIFA 2030. O primeiro destes três jogos será, naturalmente, disputado no recinto onde tudo começou, o mítico Estádio Centenário de Montevideu, precisamente para celebrar a edição do centenário do Campeonato do Mundo da FIFA”.

Acrescenta ainda o documento que “o Conselho da FIFA também concordou unanimemente que a única candidatura para sediar o Campeonato do Mundo FIFA 2030 será a candidatura conjunta de Marrocos, Portugal e Espanha. Dois continentes – África e Europa – unidos não só numa celebração do futebol, mas também numa coesão social e cultural única. Que grande mensagem de paz, tolerância e inclusão”.

Conclui que “em 2030, teremos uma pegada global única, três continentes – África, Europa e América do Sul – seis países – Argentina, Marrocos, Paraguai, Portugal, Espanha e Uruguai – acolhendo e unindo o mundo enquanto celebram juntos o jogo bonito, o centenário e o Campeonato do Mundo FIFA”, concluiu o presidente da FIFA.

No citado comunicado, salienta-se ainda que “também foi acordado que, em linha com o princípio da rotação das confederações e de garantir as melhores condições possíveis para a realização dos torneios, os processos de candidatura para as edições de 2030 e 2034 sejam conduzidos simultaneamente, com as associações membros da FIFA dos territórios da Asia e a Oceânia, que foi convidada a concorrer para sediar a Copa do Mundo FIFA 2034”.

Por outro lado, as federações de Marrocos, Portugal e Espanha divulgaram um comunicado conjunto em que “garantem que vão trabalhar para preparar o melhor dossier de candidatura alguma vez apresentado e organizar um Mundial que honre a diversidade e celebre a história da competição com a paixão que une os três países pelo futebol”.

Salienta ainda o documento que “pela primeira vez, abre as portas a um Mundial de Futebol organizado por três países de confederações e continentes diferentes, as Federações de Futebol de Marrocos, Portugal e Espanha que confirmam o seu compromisso em apresentar um dossier de candidatura que honre a história da competição e deixe um legado em diversas áreas.

“A decisão hoje conhecida, transmite a confiança da FIFA no trabalho já desenvolvido e na capacidade e no profissionalismo que cada um dos três países, em momentos diferentes, já demonstrou no planeamento de eventos desta dimensão. Marrocos, Portugal e Espanha assumem a exigência e a ambição de preparar o melhor dossier de candidatura alguma vez apresentado”.

Para Fouzi Lekjaa, Presidente da Real Federação Marroquina de Futebol “este é um momento importante na história de Marrocos, uma grande conquista sob a liderança de Sua Majestade o Rei Mohammed VI. É um orgulho e uma responsabilidade o que temos pela frente, e um privilégio unir forças com os nossos homólogos de Portugal e Espanha para preparar um dossier de candidatura que, tenho a certeza, fará história e levará a organização para um nível nunca antes alcançado”.

Fernando Gomes, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, “garantiu estar preparado para honrar a decisão da FIFA. Cada um dos nossos países traz para a mesa uma vibrante tradição futebolística, uma inigualável experiência organizativa e uma capacidade de inovar que seguramente marcará o futuro da competição”.

Pedro Rocha, Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, destacou “a ilusão que é poder trazer de regresso a Espanha, quase 50 anos depois, a organização de um Campeonato do Mundo de Futebol. Tenho a certeza de que juntamente com Marrocos e Portugal vamos organizar o melhor Mundial de sempre”.

“O desafio não começou hoje. Há mais de um ano que a comissão de candidatura, liderada por António Laranjo, trabalha junto das várias Federações para garantir uma proposta que não se vai esgotar na organização do Mundial 2030”, ainda segundo o referido comunicado.

Desde o Presidente da República à classe política e desportiva de Portugal, incluindo o governo e outras figuras públicas, pronunciaram-se no mesmo sentido, pese embora António Costa e Silva, com razões substantivas, tivesse oportunidade de afirmar que “é evidente que estou feliz com essa notícia, nós somos um país de amantes de futebol, vai ter um impacto na economia, mas temos que fazer muito mais trabalho, porque não é o futebol que nos vai salvar”.

Salientou ainda o ministro que “o futebol é importante, vamos organizar um grande evento, mas estou muito mais preocupado com aquilo que vai ficar para o futuro. E nós já temos o exemplo claro do Euro2004 que trouxe estádios, alguns hoje desaproveitados e é por isso que mais importante do que o futebol, é que as coisas que são conjunturais, nós temos de apostar naquilo que vai transformar a economia portuguesa”.

É bom que tenhamos memória. Não esquecer o passado para acautelar o presente e, em especial, o futuro.

Saliente-se ainda que esta edição do mundial de 2030 tem um conjunto de questões que são inéditas, começando por ser a primeira vez que junta três continentes (América do Sul, Europa e África) e que reúne 48 equipas, com futebol para cerca de mês e meio de jogos.

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