Sábado 27 de Abril de 2024

Lyceu de Camões comemorou 114 anos com um “azul-cobalto para a felicidade”

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A Escola Secundária de Camões cumpriu o 114º aniversário com a tradicional entrega dos diplomas aos alunos que finalizaram o 12º ano com as notas mais altas relativamente ao ano anterior e que, por isso, abalaram o passo seguinte: os estudos universitários.

Mas não foi apenas disso que “viveu” o encontro muito concorrido na Escola que tem reunido o maior número de alunos na área de Lisboa e por onde passaram grandes figuras da vida portuguesa, em todas as áreas da sociedade.

No desporto, por exemplo, o aluno Mário Moniz Pereira foi um dos mais destacados, não tanto pelas “habilidades” para o atletismo, mas para uma globalização de atividades desportivas, ingressando de seguida no Instituto Nacional de Educação Física (hoje FMH) onde se licenciou e iniciou uma carreira de treinador de atletismo que o levou aos píncaros do pódio olímpico.

Recordar o Prof. Mário Moniz Pereira é testemunhar uma personalidade de impacte inaudito em Portugal, em especial depois de ter treinado um atleta que se sagrou campeão olímpico na maratona (1984) dos Jogos Olímpicos de Los Angeles onde, 39 anos depois de se iniciar na vida de treinador, levou Carlos Lopes ao mais alto prémio alguma vez conseguido por um atleta luso, laureado com a medalha de ouro.

Não foi disso que se falou – seria impensável falar sobre o elevado volume de outras personalidades que também se consagraram depois de terem estudado no então Liceu de Camões – mas da brilhante carreira de alunos com notas (20 e 19 valores) que foram distinguidos na passagem por este estabelecimento de ensino no ano de 2022/2023.

Tiago Pitta e Cunha, administrador executivo da Fundação Oceano Azul começou o dia com uma palestra sobre “Os desafios do futuro do Planeta”, seguindo-se a projeção dos filmes “Balada de um Batráquio” e “Cães que Ladram aos Pássaros”, com a presença da jovem realizadora Leonor Teles, que pormenorizou e explicou os temas e os consequentes envolvimentos.

Na parte da tarde, o cantor e compositor com raízes no fado, Marco Oliveira, apresentou novos temas, no interlúdio musical, que deu abertura ao lançamento do livro comemorativo destes 114 anos do Liceu Camões, intitulado “Antes de um novo tempo; dez ensaios sobre a Escola Secundária de Camões”, o segundo da história da instituição escolar, cujo primeiro foi batizado “Liceu de Camões, 100 anos, 100 Testemunhos”.

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Para finalizar, João Jaime Pires, presidente do Conselho Diretivo da Escola, recordou “quase 500 anos passaram desde o nascimento de Camões e, no entanto, “Na terra tanta guerra, tanto engano, tanta necessidade aborrecida!”

Prosseguiu “comemoram-se os 50 anos do 25 de abril e, no entanto, como está a Democracia? Onde está o debate livre, informado e sem demagogias? Como está o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública? Tanta urgência na discussão! Que fica sempre para o amanhã…

Mas hoje é dia para celebrar os 114 anos da Escola. Este ano letivo escolhemos para lema os versos introdutórios do poema “Testamento” de Maria Helena Vieira da Silva:

“Lego aos meus amigos…

um azul cerúleo para voar alto,

um azul-cobalto para a felicidade”

Adiantou ainda que “o livro que apresentamos é igualmente um legado. “Antes de um novo tempo” contém o último registo fotográfico da escola antes do seu processo de requalificação. É um legado por parte de fotógrafos conceituados, mas também com a participação de alunos e contextualizado por alguns textos de reconhecidos camonianos. Queremos acreditar que este novo tempo seja um sinal de mudança, um convite à leitura, ao despertar da memória e uma viagem de descoberta para um espaço em que se vive a diversidade, a inclusão, e onde cada pessoa pode aprender a voar alto na procura da felicidade. E é, também por isso, que ano após ano vamos resistindo, com uma escola cada dia mais bonita, para que no presente e no futuro continue a ser um espaço de vivências democráticas e de liberdade diárias que permitam a construção de “Uma Teoria do Reflexo” de Nuno Júdice:

WhatsApp Image 2023-10-18 at 12.37.30 AM“Fecho os espelhos.

Agora cada espelho reflete-se a si próprio,

um sobre o outro, até ao infinito dos reflexos.”

Concluiu “agradecendo a todos os presentes e um agradecimento muito especial ao Hugo Cunha pela coordenação deste livro. Agradeço ainda a todos os que contribuíram para esta publicação, nomeadamente, Ana Maria Pereirinha, António Júlio Duarte, Margarida Vale do Gato, Mário Carvalho, Nuno Júdice, Paulo Catrica, Pedro Letria Sérgio Mah, Manuel Rosa. Um agradecimento especial aos nossos alunos que contribuíram com os seus olhares e às entidades patrocinadoras, Câmara Municipal de Lisboa, Colorfoto, Construção Pública EPE, Direção Geral Educação, Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação PLMJ, bem como à Documenta que, em conjunto com a escola, assumiu o design e edição do livro”.

Talvez no final do presente ano letivo as obras tenham o seu fim. Assim se deseja.

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