Sexta-feira 03 de Maio de 2024

João Sousa o melhor tenista português de sempre disse adeus no Millennium Estoril Open

A última dança de João Sousa terminou contra o jovem talentoso francês Arthur Fils, 37º ATP e quinto cabeça de série do Millennium Estoril Open. 

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Estoril Open

Como disse o adversário, 16 anos mais novo (35 do vimaranense para 19 do gaulês, na entrevista em court, Sousa apresentou um nível muito distante de um tenista em pré-reforma e isso foi por demais evidente nas quase duas horas de duelo (1h51), terminado com os parciais de 7-5 e 6-4.

O melhor português de todos os tempos lutou olhos nos olhos contra um top 40 ATP e deixou tudo o que tinha no recinto de jogo, apanágio do que ofereceu ao longo dos 16 anos de carreira profissional.

Em jeito de sumário – porque a lista é, felizmente, bastante extensa -, João Sousa despediu-se de uma modalidade na qual somou quatro títulos no circuito maior em 12 finais, atingiu o 28.º do ranking ATP e somou inúmeros feitos singulares no ténis e, até, no desporto nacional.

O maior deles todos terá sido, certamente, conquistado neste palco, quando venceu a edição de 2018 do Millennium Estoril Open e se tornou no primeiro jogador nacional a amealhar um troféu na categoria mais elevada do ténis masculino.

Obrigado por tudo, João.

Outros portugueses também estiveram em ação nesta quarta-feira e acabaram por também ficar pelo caminho ante a superioridade demonstrada pelos adversários.

Depois de ultrapassar a fase de qualificação na estreia em provas ATP, Jaime Faria (262º do ranking) não conseguiu aceder à segunda ronda do maior torneio de ténis em Portugal ao ceder por 7-6(4) e 6-1 contra o lucky loser David Jorda Sanchis (329º).

Faria ia defrontar o francês Constant Lestienne, entretanto lesionado no joelho. O encontro com o espanhol devia ter acontecido na véspera e no Estádio Millennium, mas a forte chuva cancelou a jornada de terça-feira.

No Court Cascais, o português (20 anos) pareceu ser o melhor durante o set inaugural: fez o break em primeiro lugar, no primeiro jogo, e depois de ter consentido a vantagem dispôs de três break points em três jogos de resposta distintos.

Ainda assim, Jaime Faria despediu-se do Millennium Estoril Open com os primeiros triunfos ATP, no qualifying, e a certeza de que este foi o primeiro de muitos torneios no circuito principal.

Tenis-EstorilOpen-JoãoSousa-03-04-2024

Estoril Open

As atenções pessoais passam agora para os Challengers e o maior foco está em garantir uma vaga em provas do Grand Slam, a começar já em Roland-Garros.

Campeões em 2022, Nuno Borges e Francisco Cabral não vão repetir o brilharete na nona edição do Millennium Estoril Open.

Na primeira ronda, o par português cedeu com os parciais de 7-6(5), 3-6 e 10-7 face aos franceses Sadio Doumbia e Fabien Reboul, tenistas à porta do top 30 e que partilharam uma interessante rivalidade com os portuenses na temporada de 2021, na qual Borges e Cabral terminaram com mais títulos Challenger.

O desfecho deu-se muito devido à falta de eficácia dos amigos de infância, (em conjunto somam 15 títulos), que concretizaram somente duas chances de break em 15 criadas, ao passo que os gauleses não desperdiçaram a única ao alcance.

Quem também se despediu do quadro de pares foi João Sousa. Minutos depois de encerrar a carreira individual, o vimaranense juntou-se ao prodígio brasileiro João Fonseca para concluir a gloriosa jornada em definido.

O par de língua portuguesa perdeu contra o também brasileiro Marcelo Demoliner e o neerlandês Sem Verbeek por 6-4, 4-6 e 10-5.

O choque geracional entre Gael Monfils e Henrique Rocha sorriu ao francês, que resistiu às várias investidas do português para regressar ao Estádio Millennium com uma vitória em dois sets (7-5 e 7-5) e carimbar o apuramento para a segunda ronda do Millennium Estoril Open.

Convidado pela organização para o quadro principal, que há um ano disputou depois de “furar” o qualifying de forma sensacional, o novo número dois nacional não se deixou intimidar pela ocasião e esteve à altura de uma sessão noturna com tudo o que isso significa — desde casa cheia ao impacto televisivo.

Os 18 anos de diferença entre Monfils e Rocha só se fizeram sentir nas retas finais de ambos os sets. No primeiro, o tenista da casa voltou a perder o serviço (tinha recuperado o break de atraso quando o adversário serviu para dar o primeiro passo no marcador) depois de estar a dois pontos de um tie-break; no segundo, a entrada com o pé direito — com o passar do tempo ficou cada vez mais confortável frente a um adversário sobre quem revelou ser um sonho enfrentar — permitiu-lhe servir ao 5-4 e foi nesse jogo que teve dois set points.

Confrontado com a possibilidade de obrigar um ex-top 10 a um terceiro set, o Rocha tremeu, cedeu ao nervosismo e perdeu o serviço não numa, mas em duas ocasiões — a derradeira num momento perdido e com uma dupla falta a permitir a Monfils uma nova celebração na terra batida em que já proporcionou tanto espetáculo.

Depois de Jaime Faria e João Sousa, Henrique Rocha foi o terceiro português a cair na jornada desta quarta-feira, deixaram Nuno Borges como o único representante luso em prova.

 

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