Nuno Borges celebrou a vitória mais longa dos dez anos de história do Millennium Estoril Open ao superar Marton Fucsovics com os parciais de 7-6(6), 6-7(4) e 6-4 para inscrever o nome nos quartos de final pelo segundo ano consecutivo.
Para o desfecho foi essencial os 13 break points salvos pelo número um nacional e até os dois set points salvos no primeiro parcial. Num encontro épico, não só pelo nível de jogo, mas sobretudo pelo ambiente dos que encheram o Estádio Millennium, o maiato de (41º ATP) ganhou o braço de ferro contra o húngaro Marton Fucsovics (130º, antigo 31º) após mais de três horas (3h16m) de embate.
O encontro entre campeões de torneios ATP (o português venceu em Bastad na época passada, Fucsovics tem dois sucessos em quatro finais) caiu para o jogador da casa, campeão da competição em 2022, em pares, e Borges agendou compromisso esta sexta-feira contra o sérvio Miormir Kecmanovic (47º), finalista no Clube de Ténis do Estoril em 2023.
Kecmanovic impôs-se face ao qualifier cazaque Denis Yevseyev (258º) com os parciais de 6-1, 3-6 e 7-5.
Para Nuno Borges, os quartos de final do Millennium Estoril Open serão os quartos da temporada (2-1), o mesmo para o sérvio (2-1).
Outro português que também esteve em alto ritmo neste primeiro de maio, Gastão Elias (339º) não teve a mesma sorte e perdeu ante Nicolas Jarry, sétimo cabeça de série e 57º do ranking ATP, por 2-6, 6-4 e 5-7, com o chileno a garantir uma vaga nos quartos de final do Millennium Estoril Open.
O número cinco nacional foi completamente superado no primeiro set, mas agarrou-se ao duelo, puxou pelo forte apoio do público e liderou o terceiro parcial por 5-2 e match point, antes de consentir os derradeiros cinco jogos e ceder em 2h19.
À medida que o encontro se foi prolongando, Elias foi lendo melhor o serviço-canhão do antigo top 20 ATP, vencedor de três títulos no circuito principal em sete finais. Além disso, após um primeiro parcial no qual só colocou 38% de primeiros serviços, o jogador natural da Lourinhã deixou de ficar à mercê das respostas ultra-agressivas do sul-americano de 29 anos.
Dois dias depois de somar o segundo triunfo no maior torneio de ténis em Portugal, primeiro ao fim de oito anos, o antigo 57º da tabela ATP ficou a um ponto dos primeiros quartos de final no Clube de Ténis do Estoril e de bater dois top 100 pela primeira vez na mesma prova desde 2017.
Só que nos momentos de maior aperto, Jarry elevou imenso o nível exibicional, logo a partir da resposta, e mostrou as credenciais que fazem dele um dos mais perigosos tenistas em terra batida quando está confiante – na época passada foi finalista no Masters 1000 de Roma. O ponto que deu o 6-5, por exemplo, é disso exemplificado: após começar a comandar logo a partir da resposta, Jarry fechou com um volley sublime que gelou o Estádio Millennium num dia de muito calor.
Nos quartos de final, o sétimo pré-designado vai encontrar-se com o qualifier italiano Andrea Pellegrino que afastou (2-0) o canadiano Félix Auger-Aliassime, principal favorito ao título (19º, ex-6º), com os parciais de 7-5 e 6-4.
Os outros jogos dos quartos de final colocam frente a frente o australiano Vukic e o espanhol Zapata, com o italiano Nardi a defrontar o norte-americano Alex Michelsen, partidas marcadas para esta sexta-feira.
Entretanto, nenhuma das três duplas portuguesas que atuaram até agora seguiu em frente e o Millennium Estoril Open ainda não tem jogadores da casa apurados para os quartos de final de pares.
Na estreia em torneios Challenger, os jovens Gonçalo Castro (16 anos) e Salvador Monteiro (17 anos) esbarraram na experiência dos alemães Mark Wallner e Jakob Schnaitter (top 60 da variante) e perderam pelos parciais de 6-3 e 6-1.
Outras baixas foram Pedro Araújo e João Graça que sofrerem uma reviravolta (1-6, 6-0 e 10-8) face aos cazaques Denis Yevseyev e Beibit Zhukayev, depois com Tiago Pereira e Gastão Elias a ficarem à porta de uma recuperação (perderam por 6-2, 3-6 e 10-4 com os alternates Ivan Gakhov e Alex Marti Pujolras).
Nos oitavos de final desta quinta-feira, Francisco Cabral e Lucas Miedler venceram o par luso constituído pelos irmãos Henrique Rocha e Francisco Rocha por um explícito 2-0 (6-3 e 6-2), seguindo para os quartos de final.