Segunda-feira 18 de Maio de 4235

“Who I am Ambra” venceu o Lisbon Sports Film Festival’2025 em Lisboa

O filme vencedor da 7ª edição do Lisbon Sports Film Festival’2025 foi o que contou, com muito a propósito, a história da italiana Ambra Sabatini, velocista campeã que perdeu uma perna num acidente de moto e respetiva trajetória rumo aos Jogos Paralímpicos de Paris’2024.

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Um filme que foi apresentado logo a seguir à abertura do Festival (5ª feira), em que se acompanhou o extraordinário estoicismo, a resistência e resiliência no caminho que teve que percorrer, superando-se treino a treino para chegar a Paris se sagrar campeã paralímpica nos 100 metros e com recorde mundial para a categoria.

Uma situação que só se pode classificar se se conseguir seguir o caminho traçado, quase milimetricamente, como que se colocando na “pele” da própria atleta que, face a uma força mental que se pode considerar como transcendente, em função do cumprimento de todas as tarefas cumpridas ao longo de vários anos, atendendo a que a atleta tinha participado nos Jogos Paralímpicos de Tóquio (2021, relativo ao ano de 2020, adiado devido à pandemia do Covid.

Percebeu-se depressa que o realizador japonês Yosuke Hosoi tinha feito um trabalho de alto nível no alinhamento de todos os atos – numa produção produzida em parceria com o Comité Paralímpico Internacional – em que a atleta cooperou de forma extraordinária, para que o primeiro prémio fosse conquistado ante todos os outros apresentados a concurso, este na categoria de “Desporto e Sociedade”, vendo-se a atleta campeã ao centro da foto com as colegas italianas, que conquistaram as restantes medalhas.

O segundo lugar foi atribuído ao filme “É Tempo de Botafogo – a Glória Eterna” (que contou a história de superação conseguido pelo Botafogo para derrotar o Atlético-M.G. e conquistar a Glória Eterna pela primeira vez na sua história) e o terceiro foi ocupado pelo filme “Gigantes” (realizado pelo brasileiro Daniel Marenco, que se reporta à enchente histórica que abalou o Rio Grande do Sul, em maio de 2024, que causou a destruição do Sport Clube Internacional) ambos na categoria de Cinefoot Portugal.

UESPT-LisbonFilm-17-05-2025Paquito, o primeiro boxer português nos Jogos Olímpicos

No último dia do Festival, Paquito, nome pelo qual ficou conhecido no meio do pugilismo nacional e internacional (ou João Miguel, nome de nascença), esteve presente na derradeira sessão, aproveitando para ver o filme realizado por Maria Joana Figueiredo (também presente).

Nunca foi vaidoso, mas agora, olhando para trás, recorda-nos como as bancadas estavam cheias numa altura em que se dizia que só treinava boxe pessoal das “barracas”.

Tudo começou em Cacilhas, chegou a ser treinado pelo famoso Belarmino, mas foi no Sporting Clube de Portugal que Paquito cresceu no boxe amador. Em 250 combates, Paquito teve 245 vitórias e foi o primeiro boxer português a representar Portugal nos atribulados jogos olímpicos de Moscovo em 1980.

João Miguel jogava futebol, mas optou pelo boxe onde adotou o nome de Paquito porque o seu pai inicialmente não gostava da modalidade. Conquistou vários títulos nacionais, muitos torneios internacionais e tem muitas histórias para contar.

Quarenta e cinco anos depois, recordou a ida aos Jogos Olímpicos, porque “são coisas que não esquecem”.

Paquito tinha ido a um torneio a Espanha (Santander), onde ganhou a medalha de ouro, e quando regressou a Portugal, a primeira pessoa a dar-lhe a notícia foi o amigo Carlos Lopes. Não acreditou e disse-lhe que era sua intenção deixar de praticar boxe. Ricardo Ferraz, que era o treinador, tinha uma novidade para dar e disse que estava selecionado para ir aos Jogos Olímpicos. Que era o primeiro pugilista português a estar presente. Foi excelente, cheguei aos oitavos de final, perdi apenas por um ponto.

Foi mesmo uma festa.

O Lisbon Sport Film Festival’2025 terminou com a apresentação de um filme fora do concurso, intitulado “INVISIBLE SUMMIT”, realizado pelo chinês Fan Lixin, que deu a conhecer Zhang Hong, o primeiro cego da Ásia e o terceiro do mundo a escalar o Monte Qomolangma. Desde a sua determinação em chegar ao cume até às pressões com que se deparou durante o processo de preparação, devido à sua relação familiar, ao dilema económico e à opinião pública externa, enfrentou os desafios duplos do ambiente e das suas próprias condições, tendo finalmente conseguido chegar ao cume.

O Lisbon Sport Film Festival 2025 (7ª edição, a que se juntam mais duas, realizadas nos Açores) foi possível com a colaboração da Junta de Freguesia de Marvila, com a cedência do Cineteatro Turim, bem como o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e Fundação do Desporto.

 

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