Como se previa, para uma situação normal, Portugal decidiu não cometer nem erros nem omissões e acabou goleando (9-1) uma Arménia que sempre deu luta, com lisura, fair play e ética, devendo ter sido brindada com o Cartão Branco e de Ética, pelo desportivismo apresentado e vivido entre as quatro linhas do jogo realizado no Estádio do Dragão.
Corrigidos os comportamentos – aqui referidos – tidos frente à Irlanda, Portugal acabou por demonstrar que podia fazer muito melhor, independentemente de uma menor valia global dos arménios, como se verificou.
No entanto, a goleada resulta de uma série de fatores de felicidade que, como se pode calcular, derivam da forma infeliz como quase toda a equipa armenha que, num ápice, como que tiveram um “apagão” e chegaram ao intervalo completamente “derreados”, tal os buracos abertos que os portugueses aproveitaram com o lastro que se viu.
Renato Veiga (7’) aproveitou a primeira brecha e chegou ao 1-0, mas Edward Sperstyan (18’) aproveitou uma falha de Cancelo (que perdeu a luta pela para o adversário) que permitiu ao avançado centrar para o miolo da pequena área portuguesa para surgir o empate.
Aproveitando a apatia e lentidão da defesa armenha, Gonçalo Ramos (28’) antecipou-se ao defesa, chegou primeiro à bola, contornou o guarda-redes e colocou a bola no fundo da baliza dos visitantes, fazendo o 2-1.
Ainda se ouviam as palmas dos adeptos lusos e Portugal chegou ao 3-1, dois minutos depois, com João Neves a rematar forte na zona frontal à entrada da grande área, para mandar um “chutão” e fazer o 3-1, aproveitando uma bola perdida na zona de perigo.
Ainda assim, os armenhos continuaram na luta, com vontade de poderem marcar mais golos, quiçá dar a volta à diferença negativa, altura em que Portugal pressionou – cheios de “gás” por força desse 3-1 – o que levou João Neves a chegar ao 4-1 (41’), para Bruno Fernandes (45+3’), de grande penalidade, colocar o resultado em 5-1. Tudo decidido, ante uma quebra anímica global dos visitantes.
No segundo tempo, Bruno Fernandes (51’) fez o 6-1, marcando a seguir (72’) o 7-1 – completando o primeiro hat-trick do desafio – enquanto João Neves fez o 8-1 (também a fechar um hat-trick) aos 81’ e Francisco Conceição, cheio de raça, rematou forte (90+2’) para atingir um 9-1 histórico, o segundo da jornada europeia e mundial da seleção nacional de todos os tempos, assente numa dinâmica facilitada pelo desnorte da formação da Arménia, sinal de uma superioridade absoluta (27-3 remates, dos quais 13-2 para a baliza, numa posse de bola de 72/28%), precisamente a mesma registada contra a Irlanda, mas de sinal negativo.
O principal objetivo foi materializado com a presença na fase final do Mundial’2026.
Este foi o terceiro marco que o selecionador Roberto Martinez conquistou para Portugal (qualificação para o euro’2024, conquista da Liga das Nações e agora com passaporte para as américas), aguardando-se saber o comportamento até lá.
Cumprida mais esta tarefa, Martinez “respirou fundo” e referiu que “agora sim, podemos sonhar com o Mundial. Gostei muito da resposta dos jogadores, com um trabalho responsável depois da derrota com a Irlanda. Agora estamos mais preparados para ir ao Mundial do que quando ganhámos os dez jogos na qualificação para o Europeu”, tendo sublinhado ainda que “foi um tributo muito bonito a Eusébio. Hoje fomos tudo aquilo o que a Seleção Nacional significa” e concluído que “uma vez mais, a magia do Dragão ajudou-nos muito. Dou os parabéns aos nossos adeptos porque nos ajudaram.”
Registe-se que, no final do jogo, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa condecorou
Roberto Martínez, selecionador nacional responsável pela conquista da Liga das Nações para Portugal, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito.
Aos jogadores foi atribuída a insígnia de Comendador da Ordem do Mérito, cabendo a Pedro Proença, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, representar os campeões ausentes deste ato solene.

