Quarta-feira 08 de Maio de 2024

F. C. Porto anti-crise chegou, viu e venceu

02mar_4412_slb_fcp_2_cnLiga ZON-SAGRES – Benfica, 2 – F. C. Porto, 3

Sempre se disse que o peixe morre pela boca. Na Luz a situação foi algo semelhante. Quanto mais se fala (antes do jogo) menos se acerta.

Por isso a célebre frase “prognósticos só no final”.E isso, traduzido em golos, ditou a derrotas do Benfica que, em campo, voltou a mostrar que algo se passe pelo balneário.

Nos primeiros quarenta e cinco minutos, pode dizer-se que o resultado se ajusta, porquanto cada equipa dominou meia parte.

O F. C. Porto entrou melhor, com mais calma, mais disciplinado e aproveitou a uma falha de marcação da defesa do Benfica para chegar ao golo, sem que se esperasse, pese embora a equipa de Vítor Pereira tivesse de um pontapé de canto que proporcionou uma boa defesa a Artur.

Foi, aliás, no seguimento dessa defesa que a bola fugiu para o lado direito do ataque do Porto onde, oportuno, Hulk segurou a bola, deu dois passos, passou Witsel e, na passada, rematou forte, a meia altura, subindo a bola no caminho para a baliza de Artur que, pela rapidez do lance, não teve oportunidade de se lançar a tempo de chegar à bola.

Passavam apenas 7’ de jogo e o Porto abriu o marcador, beneficiando da tal distracção da defesa, fatal nesta situação.

O Benfica acusou o toque, ficou mais nervoso, manteve a mesma toada de jogo, onde cada jogador só pensava em si (Aimar, Nolito e Gaitan, por exemplo) e não colectivo, uma vez que queriam fazer tudo sozinhos, demonstrando uma certa descoordenação de jogada.

A partir dos 20’, o Benfica começou a acertar as agulhas e aos 22’ Cardozo, no seguimento de um ”balão” para a área de Helton, surgiu isolado frente ao guardião portista, a quem “ofereceu” a bola.

Aos 23’ Álvaro Pereira rasteira Gaitan, sofre amarelo e Cardozo, chamado a marcar, atirou para a barreira. O Benfica estava a “abrir”, ante alguma passividade do Porto que, aos 26’, sofre novo livre, que Aimar marcou para Maicon desviar para canto. O Benfica aumentava a pressão.

Tanto que, aos 28’, novo livre à entrada da área do Porto, desta vez para Cardozo passar a Aimar e este rematar para a barreira. Situação idêntica, mas em jogada apoiada, aos 32’, Gaitan centra para a área onde surgiu Aimar a rematar de cabeça à figura de Helton. Dois minutos depois (34’), Cardozo, só dentro da área

E foi a vez do Porto aliviar a pressão do Benfica quando, um minuto depois, o 2-0 foi salvo com uma excelente defesa de Artur para canto, depois de um rápido contra-ataque portista. E dois minutos depois foi a vez de Moutinho, num livre quase frontal, mais ainda longe da grande área, em estilo “folha seca” e a bola foi beijar a trave.

O Benfica reagiu e chegou ao empate, aos 41’, por Cardozo que, mais uma vez recebeu a bola, desta vez vinda de um ressalto do pontapé de canto, e aproveitou para bater Helton sem remissão.

O intervalo chegou logo a seguir e o resultado ajustava-se ao que se passou.

No tempo complementar, o Benfica colocou-se logo (47’) na dianteira do marcador. Num livre marcado por Aimar, como sempre, a bola foi directamente para a cabeça de Cardozo, de novo só, que cabeceou à vontade para o 2-1.

O Porto não tremeu e, na resposta, agora num livre marcado por Hulk, a bola foi desviada por Luisão e perdeu-se o “frenesin”.

O primeiro contratempo para o Benfica foi a lesão de Aimar (51’), substituído por Rodrigo, passando o Benfica a estar mais activo e rápido, o que até aí não tinha acontecido, período em que o Porto começou a perder o ritmo. Foi assim que Nolito (61’), no seguimento de um livre, remata para a baliza onde o golo foi Salvo por Maicon

O jogo torna-se mais “rijo”, os amarelos começam a surgir e o empate também. Com um Benfica praticamente adormecido, o Porto faz o 2-2 na melhor jogada (e única que teve principio, meio e fim) do jogo.

A jogada começa na linha média do Porto, a bola passa de pé para pé e de jogador para jogador, chegando à entrada da grande área onde Hulk cede ao entrado (e não adormecido) James, que marcou como quis. Pode dizer-se que foi uma substituição brilhante de Vítor Pereira.

Aos 70’ novo reverso para o Benfica, com a lesão de Garay e, aos 76’, Emerson, com segundo amarelo, é expulso. Dois “desaires” de uma só vez acabaram com a resistência do Benfica. Em, especial porque apenas tentou defender.

Pese embora não se vislumbrasse a superioridade numérica do Porto em termos de jogo jogado, a verdade é que a bola só estava no meio campo do Benfica.

E aos 86’ o golpe final. Um livre de James, da linha média do Benfica, levou a bola a um molhe de jogadores, no centro das pequena área, onde Maicon subiu mais alto do que Artur e de Luisão e anichou a bola na baliza benfiquista.

Estava feito o 3-2 para o Porto que, desta forma, repetiu o êxito da época passada – na altura do “apagão” e da conquista do título – o que pode não se verificar este ano porque ainda faltam nove jogos (27 pontos) para jogar.

O resultado acaba por se aceitar porque o F. C. Porto foi o que mais trabalhou para isso, pese embora a sorte estivesse do seu lado, não tanto pelo perigo das jogadas do Benfica mas mais pelas lesões e pela expulsão de Emerson. Uma sanção registada pelos 58.222 espectadores presentes, que significaram uma boa casa.

Artur, ainda assim, Luisão, Cardozo, Aimar (enquanto jogou), Máxi pereira e Gaitan foram os melhores no Benfica, enquanto no Porto se salientaram Helton, Álvaro, Hulk, Maicon, Djalma, Fernando e James Rodriguez

Sob a direcção de Pedro Proença (Lisboa), que teve uma actuação à altura, se bem que tenha abusado dos amarelos e de uma outra falta mal assinalada, sendo coadjuvado pelos assistentes Tiago Trigo e Ricardo Santos, sem problemas.

As equipas alinharam:

Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay (Miguel Vítor, 70’) e Emerson; Javi Garcia (Nelson Oliveira, 89’), Aimar (Rodrigo, 51’) e Witsel; Gaitan, Cardozo e Nolito.

F. C. Porto – Helton; Maicon, Rolando (James Rodriguez, 57’), Otamendi e Álvaro Pereira; Lucho Gonzalez, Fernando e João Moutinho (Kleber, 85’); Hulk (Sapunaru, 90+2’), Janko e Djalma.

Cartões amarelos para Rolando (20’), Álvaro Pereira (23’), Djalma (28’), Cardozo (45’), Emerson (62’ e 76’, sendo expulso), Hulk (90+3’) e Maxi Pereira (90+4’)

 

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