Sexta-feira 29 de Março de 2024

Mudança histórica

16mar 2030 Eleicoes scp brunocarvEleições no Sporting

A eleição da equipa apresentada de Bruno Carvalho veio provar que era preciso mudar algo na estrutura do Sporting. Mas mudar mesmo. Não ser mais um a falar e a não fazer.

O sinal da votação – ainda que provisória até terça-feira – é o espelho de que a “continuidade” não leva a lado nenhum e que, como tudo na vida, tinha que acabar de uma vez por todas. Pelo menos no estilo que se verificava há longos anos.
Não é novidade que, pelo que é sabido publicamente, muito pouco se sabe deste jovem de 41 anos: donde vem, o que faz, do que vive, etc. Sabe-se que é presidente da Fundação Aragão Pinto, que tem feito um bom trabalho na instituição, mas não se sabe com que meios (financeiros em especial).
Mas isso não foi suficiente para que uma boa maioria dos associados do Sporting votasse numa mudança que se quer a toda a velocidade, mas com passos e decisões correctas, doa a quem doer.
Os interesses instalados – ao ponto de dois funcionários do clube terem sido concorrentes pela principal lista derrotada (para além de outros colaboradores a ganharem chorudos vencimentos com clausulas de rescisão bem leoninas) – tem sido um dos grandes males do clube.
Por isso, nada pode ficar na mesma.
O passivo financeiro elevado e a negativa força anímica por parte de jogadores que não justificam as mordomias de que dispõem são “ossos” duros de roer. Se da parte dos financiadores se podem traçar sempre caminhos mais ou menos penosos para que o clube resolva a situação, da parte dos jogadores os altos salários tem sido contraproducentes, o que deve levar a baixar nitidamente a grelha de vencimentos como também as várias cláusulas contratuais.
Não são recados, mas apenas lembranças que há muito tempo perpassam por várias cabeças pensantes do clube, muitas delas aderentes a Bruno de Carvalho.
Admite-se como certo que até final deste campeonato o mais importante seja carregar as baterias de toda a gente, em especial do ponto de vista psicológico. Mas as novas regras financeiras tem que começar a ser gizadas desde já.
Mas há muito mais.
Com uma Fundação que surgiu por “seguidismo” (Benfica já tinha) e que não soube fazer – por questões de interesses pessoais de alguns – um “up grade” com os Leões de Portugal (reconhecido como IPSS) e, por outro lado, sem dispor do montante financeiro legal (250 mil euros) para poder ser reconhecida pelo governo, também aqui há que trabalho a fazer.
No que foi a terceira votação mais lata desde 1972 – 17.093 foi a maior em 1988, seguida dos 15.299 de 1989 – Bruno Carvalho é também um dos mais jovens presidentes do clube, pelo que, apesar da crise instalada, pode (deve) projectar um projecto de renovação autêntica.
É isso que a maioria dos associados que nele votaram pretendem ver a curto e médio prazo, pese embora não esqueça o passado, porque sem passado não haverá futuro.

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